Está em dúvida de como educar teus filhos? Trate-os como você gostaria de ser tratado. Sim, assim mesmo. Para criar bem, crie com carinho, amor, compreensão e atitude.
Vou explicar! Quando a gente decide ter filhos, começa a ler uma montanha de livros sobre como educar melhor. Uns dizem que é preciso ordem e disciplina, outros que é melhor dar liberdade à criança. Mas, aí a gente pensa: criança não tem noção de risco ou perigo, não conhece o que lhe pode fazer mal, o que é bom para seu crescimento, o que deve ou não comer. E fica aquela confusão – pelo menos, na nossa cabeça, não é?
Uma matéria da Revista Pazes me deu a dica, e também a vontade de escrever este artigo. Um pouco do que li agora, um tanto do que li antes, um muito da minha experiência pessoal.
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Não sabia que se chamava “criação autorregulada” – e o que será isso, meu Deus? Bom, a proposta de criação autorregulada tem a ver com você acompanhar cada fase de crescimento dos teus filhos, respondendo às suas necessidades primárias (comida, higiene, segurança, sono, incentivos) e secundárias (orientação quanto ao que se pode e não se pode porque se deve, ou não, em função das curiosidades despertadas naturalmente), compreendendo os momentos, as dificuldades e os passos, pequenos, grandes, que cada criança dá, conforme sua individualidade.
A criança não é um adulto em miniatura, é um ser humano em formação – a criança sente, pensa, intui, que atuar, dar sua opinião, e tudo isso é preciso que os pais escutem (com a arte da escutatória, sabe como é! Sim, como ensinou Rubens Alves. Sei, para isso é preciso ter tempo e, nos tempos de hoje, de tanta pressão e correria, raramente os pais têm tempo real ou tempo interno. Bom, mas é preciso, se você pretende criar seus filhos como futuros seres humanos livres, felizes e independentes.
A matéria de que lhes falei dá umas dicas boas – na criação autorregulada você, mãe, pai, devem ter em conta alguns itens básicos:
“Uma criança deve se sentir compreendida e acompanhada em todos os momentos. Se a frustração aparece, ela deixa de se sentir adaptada, integrada.
É preciso educar com um apego saudável baseado no amor e na proximidade. Desta forma, pouco a pouco essa criança se sentirá segura para dar seus próprios passos para alcançar a independência.
A voz de uma criança deve ser escutada em todos os momentos, porque elas também devem ser levadas em conta quando riem e quando choram, quando exigem ou quando sugerem.
A criação autorregulada também nos fala do tempo, de não iniciar o aprendizado intelectual até a criança fazer 7 anos, para proporcionar uma infância de descobrimentos através de brincadeiras”.
“A criação autorregulada é nutrida diretamente com as teorias do apego formuladas pelo psiquiatra Wilhelm Reich” especialmente no que se refere aos cuidados com a formação do caráter e das couraças, fase que corresponde, principalmente, até os 6 anos de idade. Saiba que, o que uma criança precisa apreender para formar seu caráter e atitude na vida, apreenderá, por imitação de seus pais ou daqueles que dela cuidam, até os 3 anos e, refinará essa estrutura até os 6 anos.
Não é que você tenha de “ensinar” a criança a se comportar, a ser positiva, solidária, empática, etc. Acontece que as crianças, desde bebês, aprendem por imitação, por ver e, principalmente, sentir, como a mãe e o pai fazem.
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É por isso também, pelas fases naturais em que a criança absorve, apreende, adquire estrutura de caráter, que devemos deixá-las brincar, só brincar, até os 7 anos de idade. Dê uma lida na teoria antroposófica sobre as fases de desenvolvimento (aqui, por exemplo) que, acredito, ficará mais clara essa questão dos primeiros 7 anos.
Bom, brincando a criança manipula o mundo à sua volta, interage com ele, sente e absorve as energias necessárias para a criação da estrutura básica que permitirá, mais tarde, que ela descubra seus focos de interesse e consiga se enfronhar neles. A partir daí é que vale a pena a criança estudar. E mais, aprender a estudar, a pesquisar, a descobrir suas respostas lançando mão do imenso arsenal de coisas – teorias, inventos, textos – que existem disponíveis na humanidade.
Enfim, se você se permitir ser você mesmo, seguir sua intuição, seu coração, e ouvir sua criança interior, estou segura de que vai ser uma ótima orientadora da criação autorregulada dos seus filhos. Basta confiar em si mesmo e, acreditar que está no caminho certo. Como disse lá em cima, basta você tratar seu filho como, verdadeiramente, gostaria que você fosse tratado, ou que tivesse sido tratado. E, se em algum momento achar que está cometendo algum erro, por impaciência ou cansaço, estresse ou pressão à mais, corrija o rumo. Bons ventos sopram nas velas abertas com o coração!
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