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Em qualquer guerra os que mais sofrem são os civis e, dentre estes, as crianças. As guerras têm seus motivos – poder, domínio, mercado – e mortos, feridos, traumatizados, destruição, desespero. Aqui falamos do massacre que sofrem as crianças sírias, assunto que parece não comover a mídia.
Nos últimos dias a coalizão internacional liderada pelos EUA bombardeou, com aviões franceses e norteamericanos, os arredores da cidade de Manbij, a localidade de Tukhan al-Kubra, há 80 km de Aleppo. Neste ataque morreram 57 ou 120 civis, e podem ser muitos mais. Segundo a UNICEF, pelo menos 20 eram crianças. Na região de Manbij há 150 mil pessoal desabrigadas e sob risco iminente, das quais 35 mil são crianças.
O ataque mencionado foi tão violento contra as populações civis que, governo e opositores sírios pedem a sua interrupção imediata e investigação do porquê dos alvos preferidos serem populações civis, veja aqui na Reuters.
A resposta é fácil. Sofrem os povos, civis, que morrem, são feridos, têm suas casas e vidas destruídas e, dentre esses, as crianças, vítimas totalmente inocentes, são as que mais sofrem, é evidente.
As crianças da Síria, no meio desta guerra cruel e sem fim, são forçadas a viver no meio de escombros, sem comida e água, com o medo estampado nos olhos. A essas crianças (a todas as crianças em situação de guerra, violência, abandono) lhes é negada a infância e seu futuro é incerto. Seus olhos tristes nos pedem ajuda mas, na verdade, não acontece nenhuma solução estratégica para ajudá-los de forma efetiva. Esta guerra, que já leva 5 anos e já custou a vida a, pelo menos 470 mil pessoas, fora os milhares de refugiados que expulsou de seu território, tem de terminar, não á outra solução imediata.
As notícias de que crianças morrem na guerra da Síria, ou em outras que por aí estão, são notícias não privilegiadas pela grande imprensa. Claro, crianças não valem dinheiro, não trazem petróleo nem gás, não enchem os bolsos dos senhores da guerra em lugar nenhum.
Mas, nunca se esqueça – as crianças são o nosso futuro. Sem elas não seremos nada, nada mesmo.
Veja aqui alguns links da UNICEF importantes para que você conheça a questão das crianças em situação de guerra (na Síria, no Iraque)
Apelos foram divulgados na semana passada, com desenhos do Pikaxu e outros pokemons, tristes, pedindo ajuda para as crianças da Síria.
Que o mundo olhe para elas, que lhes estenda a mão.
Esta campanha veio na rabeira dos jogos Pokemon Go, lançados na semana passada, e que fazem milhares de jovens (e até adultos) saírem de celular na mão em busca de uma realidade virtual, um pokemon, que apareceu em uma foto determinada. Ganha quem o achar primeiro. Que beleza! E as coisas que acontecem na realidade dura e crua ficam sem serem vistas. Que deu início a essa campanha do Pikaxu triste pedindo ajuda para as vítimas da guerra foi o órgão de comunicação das forças revolucionárias sírias – FSR, segundo a BBC e os desenhos foram idealizados por artistas sírios.
Conta a UNICEF que as crianças na região, 35 mil, estão presas entre a fronteira turca (a 30 km) e a zona de guerra. O Fundo das Nações Unidas para a Infância contabilizou, no último mês e meio, 2.300 mortes de civis confundidos com terroristas. Falta de pontaria numa era de precisão digital de tiros e dronners mais parece estratégia de genocídio, não?
A UNICEF alerta que as crianças não são apenas vítimas diretas da guerra mas, também indiretas, resultantes dos eventos traumáticos, físicos ou psíquicos relacionados com a guerra. O número exato de vítimas é difícil se saber já que, muitas vezes estas permanecem enterradas sob os escombros das casas destruídas pelas bombas.
“Estamos frente a uma operação da coalizão internacional dos EUA que provocou imensa perda de vidas civis. É necessária uma investigação rápida, independente e transparente que determine responsabilidades e que permita a justiça e plena compensação das famílias das vítimas. É imperativo que a coalizão liderada pelos EUA redobre seus esforços para evitar mais perdas de vidas inocentes” disse Magdalena Mughrabi, diretora-adjunta interina do programa de Oriente Médio e Norte da África da Amnistia Internacional.
“A Amnistia Internacional está a rever todas as informações disponíveis em dezenas de ataques atribuídos à coalizão liderada pelos Estados Unidos pois, é errado que hajam tantas mortes civis. O que é, infelizmente, certo é que desde que em setembro de 2014, a coalizão liderada pelos EUA lançou suas operações militares na Síria, os ataques aéreos mataram milhares de civis“. Veja aqui e aqui alguns dos links da Amnistia Internacional sobre o assunto da guerra na Síria, suas consequências e as ações que afetam, prioritariamente, às populações civis.
E você, que até gosta de um jogo virtual, será que não prefere se aliar aos defensores da paz real? Será que não te anima mais, será que não traz mais “adrenalina” na sua vida, estar conectado com a realidade das crianças sírias? E arregaçar suas mangas para inventar jeito de ajudá-las? Pense nisso, participe, divulgue as notícias e nos ajude a fazer com que o mundo entenda que as prioridades são as vidas humanas, a natureza e o equilíbrio no nosso planetinha azul.
Fonte: foto da capa, fotos internas de Muhammad Hamed – Reuters
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