“Criança difícil”, como é difícil de lidar, não?


Muitos de nós temos filhos. Se não filhos, sobrinhos, filhos de amigos, conhecidos. E quantas vezes não nos assustamos com as reações dos pequenos, não é verdade? E pensamos: nossa, que criança tão difícil! Não quer dizer que a criança seja mal educada, até pode não ser mas, é difícil de se lidar com ela, cansativo por demais. E a gente fica desnorteada, sem saber o que fazer e, pior, se sentindo culpadíssima.

Qual é a “criança difícil”? É aquela criança que, ao ser contrariada, sapateia, se joga no chão, chora, grita, cheia de raiva. Ou aquela que amua, responde torto. E também tem aquela que chora desconsoladamente e você não é capaz de imaginar o porquê. A gente se sente mal, culpada, de não saber como fazer para que a nossa relação com a criança “difícil” seja um pouco mais amena, mais construtiva, menos desgastante. É, eu sei bem que é mesmo difícil. E aí, toca a comparar um filho com outro, e só piora.

O importante é a gente entender o que está por detrás dessa criança tão “difícil” de se lidar.

Estive lendo hoje e achei um artigo que explicava assim, de forma para leigo mesmo, esse mistério das crianças “difíceis” e, não sei se me deu alívio, ou mesmo raiva de não ter lido esse mesmo artigo anos atrás. Mas, enfim, pincei umas quantas orientações e detalho aqui para vocês porque, acredito, poderá ajudar.

O primeiro é a gente entender que por trás de toda reação estapafúrdia de uma criança está uma emoção mal expressa ou não ouvida: raiva, medo, frustração, cansaço, ou qualquer outro tipo de emoção que a criança, por não saber como o fazer, não se libera dela, fica “trancada”, “travada” e para sobreviver à pressão, “explode”.

“A emoção é fonte de energia humana, é a chave que deve orientar as crianças, primeiro para compreenderem a si mesmas e depois, para entender o mundo”.

O mais importante é destravar esse nó. E para ajudar a criança a sair do buraco em que entrou você tem que ser hábil em comunicação, dizer as coisas certas, que levantam o ânimo, tipo: eu amo você, te entendo, te respeito, te escuto. É, mas não basta dizer, é preciso mesmo exercer – me lembrei aqui da Arte da Escutatoria, de Ruben Alves (leia aqui, vale a pena, te asseguro).

Mas, é verdade que “criança difícil” exige muito mais atenção que outras ditas “fáceis”, e que isso, essa atenção a mais, nos custa um desgaste para o qual, tantas vezes, não temos excedente.

No meu sentir o jeito aí é a gente tentar dividir com outros adultos esse atendimento. Não vejo outro jeito já que todo adulto, hoje em dia, tem inúmeras atividades necessárias para a garantia da vida, sua e dos seus, que lhe tomam mesmo muito tempo.

Aí me dá uma saudade imensa daqueles tempos em que as famílias eram grandes: tinha avó, avô, tia, tios, primos e primas, e mais a vizinhança que cuidava, olhava, escutava. Naquele mar de gente que eram as famílias sempre a gente achava um que tivesse excedente, que soubesse a arte da escutatória, que tivesse paciência de Jó.

Mas, uma coisa te posso garantir. A tua criança difícil não é tão difícil assim desde que você descubra a chave da porta da sua solidão. E ganhe a sua confiança e respeito. Abra seus braços, puxe para o peito, respire coração com coração, e acredite que tudo dará certo. Mas, te recomendo sim a leitura atenta do artigo que eu li hoje, tá? Lá no site Fãs da Psicanálise.

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Redação greenMe

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