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1 em cada 50 crianças do mundo sofrem de autismo, segundo os dados mais recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, sendo que, no Brasil cerca de 90% dos casos não receberam o devido diagnóstico da doença. Algo que, sem dúvida, atrapalha no tratamento, educação e convívio dos autistas no país. Felizmente, há ações envolvendo o desenvolvimento da tecnologia para auxiliar o processo educacional das crianças autistas, entre elas, o aplicativo ABC Autismo.
Desenvolvido por alunos e colaboradores (Ezequiel Batista, Leandro Wanderley, Wellison Souza e Marcos Reis) do grupo de pesquisa liderado pela Professora Dra. Mônica Ximenes, da coordenadoria de informática do IFAL – Campus Maceió, em parceria com a AMA-AL, o aplicativo ajuda as crianças e adolescentes com dificuldades no processo de aprendizagem.
O funcionamento do aplicativo é baseado nas premissas do Programa de Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (Teacch), criado em 1964, na Universidade da Carolina do Norte (EUA), pelo fato dele ser um programa mundialmente utilizado para auxiliar no processo de alfabetização de crianças com o transtorno de desenvolvimento.
Mônica Ximenes falou sobre os quatro níveis de dificuldades do programa ABC Autismo, igual do programa Teacch: “Os dois primeiros níveis são com habilidades concretas, mas como a gente não podia transpor essas atividades concretas para um aplicativo, a gente pegou atividades dos níveis 3 e 4 do Teacch e transformou em quatro níveis de complexidade no aplicativo.”
Para ganhar a atenção das crianças autistas, o aplicativo interage com níveis divertidos para a criança, como o vídeo apresentando o ABC Autista mostra, é um verdadeiro jogo. E em seus dois primeiros níveis a criança começa aprendendo habilidades como discriminação e transposição.
Do terceiro nível ao quarto, o jogo começa a ficar mais complexo, sendo que o último nível está plenamente de acordo com o quarto nível do Teacch, abordando a questão do letramento, no qual é ensinado a repartição de sílabas, conhecimento de vogais e formação de palavras.
“Quando a criança olha para a tarefa, a própria atividade já indica o que precisa ser feito. Então, isso traz uma autonomia e uma independência para a criança, porque ela não precisa de ajuda para entender a proposta da tarefa, o que ajuda a evitar distrações. A porta de entrada de aprendizagem do autista é visual, por isso ele precisa de estruturas de aprendizagem apoiadas no modelo visual.”, aborda Mônica.
O ABC Autista foi levado para teste com as crianças da Associação de Amigos Autistas de Alagoas e conquistou boa aceitação da parte dos jovens.
Heitor, de 3 anos, diagnosticado com autismo em junho de 2014, é um dos usuários do ABC Autista. A mãe da criança, Tatiane Regina da Paz, diz que o ABC Autismo ajudou o filho, por exemplo, a ter coordenação para encaixar objetos. “Foi uma grande ajuda, tanto que serve para ele acalmar, além de ser educativo. O aplicativo ajuda muito para prender a atenção dele, ele ficar parado e concentrado por um período razoável.”
Já a avaliação científica do aplicativo ainda será feita dentro da tese de mestrado de um dos participantes do projeto.
O autismo é um distúrbio neurológico observado por um comprometimento na comunicação verbal e não verbal, interação social e no comportamento restritivo, antes, durante e depois do nascimento.
O aplicativo ABC Autista pode ser baixado aqui em versão gratuita no Google Play.
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