Pediatras americanos recomendam a leitura em voz alta para crianças desde o nascimento


Entre conselhos sobre amamentação e vacinação (sobre estas últimas, os americanos são cada vez mais contra) os pediatras americanos têm aconselhado aos pais a lerem em voz alta para seus filhos desde o nascimento, de acordo com uma nova política que a Academia Americana de Pediatria anunciou nesta terça-feira.

Com o reconhecimento de que uma parte importante do desenvolvimento do cérebro ocorre nos três primeiros anos de vida da criança, e que a leitura melhora o vocabulário e outras habilidades de comunicação importantes, a academia, que representa 62 mil pediatras de todo o país, está pedindo aos seus membros para que estes se tornem verdadeiros defensores da leitura em voz alta para os recém-nascidos.

Esta é a primeira vez que a Academia – que já deu recomendações sobre a amamentação a longo prazo e conselhos para manter as crianças longe das telas até que elas completem pelo menos 2 anos de idade – considera oficialmente a educação literária precoce.

Embora, os pais mais interessados na alta educação infantil, e que já liam poesias e tocavam Mozart para seus filhos enquanto eles ainda estavam no útero, possam não precisar deste conselho, uma pesquisa mostrou que muitos pais não leem para seus filhos tão frequentemente como os pesquisadores e educadores acham que seria crucial para o desenvolvimento da pré-alfabetização, habilidades que ajudariam as crianças a serem bem sucedidas na escola.

A leitura, bem como falar e cantar, é importante para aumentar o número de palavras que as crianças ouvem nos primeiros anos de suas vidas. Quase duas décadas atrás, um estudo muito citado descobriu que por volta dos 3 anos de idade, os filhos de profissionais mais especializados ouviam milhões de vezes mais palavras do que os pais com menor escolaridade. Os pais que davam aos filhos um maior vocabulário, lhes proporcionavam uma grande vantagem na escola. Hoje, uma nova pesquisa mostra que essas diferenças surgem ainda mais cedo: nos 18 meses de vida do bebê.

Atualmente, os pais de todos os níveis de renda, cada vez mais dão smartphones e tablets para os bebês, enquanto a leitura em voz alta pode estar indo para o buraco.

“A realidade do mundo de hoje é que estamos competindo com a mídia digital portátil”, disse a Dra. Alanna Levine, pediatra em Orangeburg, NY, “Então você quer realmente armar os pais com ferramentas e fundamentos sobre a importância de se ater para o básico das coisas, como os livros“.

A Academia de Pediatras espera que, incentivando os pais a lerem muitas vezes e mais cedo, se reduza as disparidades acadêmicas entre ricos e crianças pertencentes à famílias de baixa renda, bem como entre os grupos raciais.

Iniciativas privadas como a Scholastic, editora infantil, e Too Small to Fail, irão ajudar a Academia Americana de Pediatria, doando livros e e desenvolvendo materiais para que a mensagem sobre a importância da leitura na mais tenra idade, chegue aos pais americanos.

Fonte: nytimes.com

Fonte foto: freeimages.com

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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