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A gente fica na dúvida – elogiar os filhos vai aumentar, ou não, as possibilidades de que eles tenham autoestima elevada? E como contribuir para que eles sejam felizes, no futuro? Bom, eu penso que autoestima se desenvolve durante a vida, não se ensina.
Na minha experiência aprendi que, não é elogiando, a torto e a direito, que a gente faz bem à autoestima de qualquer pessoa. Menos ainda, no caso das crianças.
Quando você cria um modelo de “elogio a todo custo”, a criança se sente insegura. Claro, o que vale é o elogio sincero, verdadeiro, e no momento em que é necessário. E, quando é “a todo custo”, fica longe da sinceridade.
Mas, para quê tanto elogio, minha gente, se o difícil mesmo é a pessoa, grande ou pequena, ser aceita como ela é?
Sim, pense comigo. O mais importante para a vida de qualquer um, é ou não é, a gente ser aceito como é?
Então, com suas crianças, incentive – a independência de ações (se vestir sozinho, comer sozinho, dormir sozinho), as decisões, de acordo com a faixa etária (quer ou não quer, gosta ou não gosta, vai ou não vai), as conquistas e aprendizados (passou na prova, estudou, construiu o castelo de areia, pediu desculpas ao amigo, limpou o chão que sujou), e a autoaceitação (eu te amo como você é, ponto).
Porque a baixa autoestima tem tudo a ver com isso – com não ter ouvido, sentido, o “eu te amo como você é“.
Então, dando a volta na questão, é o exercício do amor incondicional, da aceitação à toda prova, do apoio sempre presente, que estabelece as bases para a estruturação da autoestima na criança e, desta, para o futuro adulto. Mas, sem limites claros, isso não ajuda também. Limites são indispensáveis na vida e devem ser aprendidos desde cedo. São a base da convivência respeitosa entre iguais e até, entre espécies diferentes. O respeito à vida, de outros seres, é aprendido assim como o respeito à diversidade (ou à biodiversidade), e tudo isso tem a ver com limite de ação.
Estabelecer bases de comparação entre crianças (você é mais linda que ela, o seu vestido é muito mais bonito, você tem mais brinquedos que a sua coleguinha, e por aí vai) não eleva autoestima de ninguém mas sim, cria parâmetros falsos para a vida real gerando um motor interno de competitividade que não dará paz ao futuro cidadão. Competindo eternamente para ser sempre o melhor, da classe, da casa, do bairro, da mamãe, do trabalho, este ser será um infeliz eternamente insatisfeito consigo mesmo.
Fundamental mesmo é a gente, pelas nossas ações, ensinar a criança a ser empática, resiliente, tolerante, solidária, a se amar a si própria e, consequentemente, ao próximo, a ser disciplinada porque esta é uma necessidade de vida, a manter a limpeza porque senão viveremos em um chiqueiro, a ser independente, tanto quanto possível, pois só assim ela poderá, no futuro, se tornar um adulto construtivo.
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E, olha, o mais importante mesmo é a gente transmitir paz de espírito. Uma criança com paz de espírito não será nem ansiosa, nem egoísta, nem intolerante, nem abusiva pois essas são consequências da carência emocional e insegurança sobre si mesma.
Mas, lembre-se que, cada criança é um ser único, sem modelo prévio, com suas fragilidades, debilidades, heranças e, inclusive, com a sua proposta de vida, mesmo que esta seja absolutamente inconsciente. Então, olhe para o seu filhote e, simplesmente, aceite-o incondicionalmente. Demonstre isso de todas as maneiras possíveis (mas não use o “comprar” como demonstração – use o amar, o abraçar, o afagar, não o ego mas sim, a alma).
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