Aumentam os assassinatos de adolescentes no Brasil


A cada hora, um adolescente é vítima de homicídio no Brasil, segundo a Unicef”, é com este preocupante fato que a entrevista feita pela Rádio Senado com a coordenadora do Programa de Redução da Violência Letal, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Raquel Willadino. Willadino, que também exerce a função de diretora do Observatório da Favela, uma organização social de pesquisa, consultoria e ação pública dedicada à produção de conhecimento e de proposições políticas sobre as favelas e fenômenos urbanos, começa.

A entrevista tem o intuito de discorrer sobre os dados revelados no estudo sobre a violência letal sobre jovens e adolescentes feita no ano de 2012, onde Raquel revela que “com o crescimento na taxa de homicídios entre jovens de 12 a 18 anos de idade, podemos estimar que mais de 42 mil jovens dessa faixa etária possam ser vítimas de homicídio nos municípios com mais de 100 mil habitantes até 2019. Essa é uma projeção que a gente espera que não se materialize, mas é uma projeção que produz muita preocupação.”

Os dados para alcançar essa projeção foram realizados pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, que mostram índices completos a respeito dos jovens com potencial para se tornar vítima de homicídio antes de completar os 19 anos de idade em cidades com mais de 100 mil habitantes. Foram 288 municípios pesquisados pelo estudo coordenado pelo Programa de Redução da Violência Letal.

O programa também avaliou o potencial de vítimas devido ao gênero, idade, questão racial e presença de arma de fogo, e concluiu que o risco para o sexo masculino é 12 vezes superior ao de uma menina, o de um jovem negro é cerca de três vezes maior que o de um jovem branco, e há predominância absoluta nas mortes ocasionadas por arma de fogo.

Estes dados indicam qual deve ser o direcionamento dos investimentos e das ações que combatem a morte precoce dos jovens brasileiros. Com ênfase na educação dos jovens de sexo masculino, combate ao preconceito de cor e maior rigor no controle de armas de fogo.

O estudo também revela os estados com maior incidência de mortes de adolescentes. São eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Espirito Santo e Paraíba, o que denota a região do Nordeste como a mais letal para os jovens brasileiros, com uma evolução drástica nos quadros de mortes de jovens entre os anos de 2005 e 2012.

Uma situação de grande preocupação segundo Willadino: “A gente vem acompanhando um acirramento muito significativo. A gente pode dizer que se as condições continuarem as mesmas, mais de 16 mil adolescentes nordestinos podem ser vítimas de homicídio até 2019”.

A região Centro-Oeste também registrou crescimento nas taxas de mortalidade de jovens no mesmo período, enquanto houve uma redução na região Sul, e o Sudeste possui o menor índice de todas as regiões pesquisadas, porém, possui o Espírito Santo como um estado entre os mais preocupantes de todos no Brasil.

A expectativa agora é que os números da pesquisa mobilizem a sociedade civil e os Governos Federais, Estaduais e Municipais para organizar uma estratégia no objetivo de reduzir estes dados alarmantes, em prol de valorizar as vidas dos jovens brasileiros.

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Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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