Crise dos 9 anos ou fase do Rubicão – Já ouviu falar?  


Quando Júlio César, no período do Império Romano, decidiu passar pelo Rio Rubicão, em um caminho que não teria mais volta, já que seria uma declaração de guerra com a cidade de Pompeia, ele não imaginava que o termo “Rubicão” seria usado para datar um importante período da infância. Você já ouviu falar da crise dos 9 anos?

Pois bem, essa fase é conhecida como Rubicão, em uma alusão a esse caminho sem volta. É o momento de transição entre a infância – que está terminando – e início da adolescência. Pouco falada, a fase dos 9 anos marca uma série de mudanças na vida das crianças.

Quer saber mais? Acompanhe abaixo as principais transformações e como ajudar os pré-adolescentes a passarem por ela.

De uma hora para outra

De uma hora para outra – sim, pois passa bem rápido – a criança deixa de ser alegre, divertida, agitada para se tornar insegura, meio tristinha e questionadora. Os brinquedos já não agradam tanto, as preferências por desenhos cheios de música vão caminhando em direção a aventuras e séries cheias de ação. Pode ocorrer da criança ficar mais “grudada” nos pais, ter dificuldades de dormir, problemas de comportamento.

A crise dos 9 anos – ou fase do Rubicão – costuma ocorrer nessa idade, mas pode começar mais cedo, por volta dos 8. É quando a criança começa a deixar a infância. Como não poderia ser diferente, é um período turbulento e melancólico, mas que traz também muitas boas coisas.
Nessa fase, os primeiros sinais da puberdade – como aparecimento do broto mamário, nas meninas, e aumento dos testículos, nos meninos – pode começar a aparecer. Os dentes molares e pré-molares, que ficam no fundo da boca, começam a cair, em um processo que só vai se encerrar aos 12 anos. Pode haver maior interesse por temas mais polêmicos, como sexualidade, e uma postura mais desafiadora com os pais e adultos próximos.

No caso dos pais, é importante mais do que nunca manter um diálogo aberto, transparente, claro e natural para que a criança se sinta à vontade para perguntar. No caso de questões envolvendo sexualidade, que costumam deixar os cuidadores de cabelo em pé só de pensar em tocar no assunto, vale responder as dúvidas das crianças com naturalidade, sem se estender demais ou fazer julgamento de valor.

Embora a criança, aos 9 anos, não tenha o mesmo interesse por brincadeiras como antes, ela ainda é uma criança e precisa brincar. Por isso invista em jogos de tabuleiro, esportes e competições. Aproveite para ensinar sobre a importância do amor-próprio, especialmente porque nessa fase a criança já se importa muito com o que os amigos falam ou pensam, porém os pais devem ajudá-las a valorizar a autenticidade.

Conforme a idade vai avançando, as coisas vão ficando menos turbulentas, e o mantra de quem cria filhos continua a fazer sentido: é uma fase, vai passar, deixando lembranças inesquecíveis e um futuro novinho em folha com uma “criança grande” que continuará sempre precisando de carinho, comunicação e amor.

Fontes:

  1. Elisama Santos, especialista em Saúde mental – PUCPR
  2. Ninhos do Brasil
  3. Guia do bebê

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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