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Na Califórnia, a partir de 2027, cadáveres humanos poderão ser convertidos em compostagem para adubar a terra. A questão é polêmica: o que para uns pode parecer bizarro, para outros é uma ação ecológica. Tudo depende do ponto de vista.
Com a recente aprovação, a Califórnia passa a ser o 4° estado norte-americano a legalizar a compostagem de cadáveres humanos. O primeiro estado foi Washington, onde a medida já está em vigor desde maio de 2020.
Chegamos a noticiar sobre a aprovação dessa lei, em 2019, antes de sua entrada em vigor:
Os outros dois estados que permitem a compostagem humana são Colorado e Oregon, com a diferença de que nesses estados, esse tipo de adubo não pode ser utilizado para cultivar alimentos.
A lei de compostagem de corpos tem como fundamento transformar cadáveres humanos em composto orgânico para servir de nutrientes para a natureza. O processo, desenvolvido pela empresa Recompose, consiste em depositar os corpos em compartimentos empilhados em um design (modelo) de favo, localizados dentro de um espaço reservado, semelhante a um átrio (tanque).
Para acontecer a decomposição, são utilizadas lascas de madeira e palha.
“O processo começa retirando do corpo alguns materiais não orgânicos, como restaurações metálicas, próteses e marca-passos. Depois, o cadáver vai para um recipiente de aço, juntamente com lascas de madeira, flores, alfafa e palha – o que permite que micróbios e bactérias decomponham os restos mortais. Depois de um mês, o material é coletado e transformado em composto para adubar o solo”, explica a comentarista Rosana Jatobá ao CNN.
Após a decomposição do corpo humano, os entes queridos podem espalhar o composto como cinzas ou usá-lo para plantar árvores, por exemplo.
Uma das finalidades da compostagem humana é de cunho ecológico, porque o enterro convencional ou a cremação geram poluentes para o meio ambiente.
O corpo enterrado solta chorume que polui lençóis freáticos, enquanto a cremação gera grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera.
Nos Estados Unidos, antes dessa lei entrar em vigor, já era muito comum essa preocupação ecológica, tanto é que as pessoas vinham sendo enterradas em urnas biodegradáveis.
Contudo, com essa lei é possível que os restos mortais humanos também sirvam para propósitos ecológicos.
Muitas pessoas são totalmente contra, principalmente por questões sentimentais e de religiosidade, considerando algo desrespeitoso para com a pessoa falecida e sua memória.
“A imagem que eles têm é que você vai jogar o tio Henry no quintal e cobri-lo com restos de comida”, diz o senador democrata Jamie Pedersen ao Metro.
Mediante o temor destas pessoas, ele as tranquiliza declarando que a compostagem ocorre através de um processo respeitoso de decomposição acelerada para transformar restos humanos em fertilizante orgânico composto.
“Esta lei vai mudar o mundo, já que a cremação é o método mais popular no estado, mas este método vai reduzir 1,4 toneladas métricas de carbono por pessoa”, -declarou Jamie Pedersen ao Euronews
Para os apoiadores dessa lei, trata-se de um avanço para o meio ambiente, já que os corpos não ocupam espaço e as substâncias químicas não são filtradas pelo solo, como acontece nos enterros tradicionais. No que diz respeito à cremação, evita-se que ocorra a libertação de dióxido de carbono no ar.
A técnica de compostagem humana é chamada de “redução orgânica natural” e foi implantada com base na avaliação de suas vantagens como:
Custo reduzido, comparativamente à média de 5.500 dólares contra 7.000 dólares cobrados para um enterro tradicional nos Estados Unidos, de acordo com dados da associação de funerais norte-americana.
Juntamente com a “compostagem humana”, foi legalizada a hidrólise alcalina, também conhecida como cremação líquida.
O que é Hidrólise Alcalina?
A hidrólise alcalina, também chamada de biocremação, resomação, cremação sem chama, aquamação, liquefação ou cremação com água, é um processo para a eliminação de restos humanos e animais de estimação usando alvejante e calor.
Em suma, um processo que converte os corpos em líquidos depois de passarem por uma máquina pressurizada (pressão semelhante à pressão atmosférica normal da Terra) com água, produtos químicos e calor.
O processo está sendo comercializado como uma alternativa às opções tradicionais de sepultamento ou cremação.
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De fato, existe certa resistência em não poder velar o ente querido em seu túmulo, ou em ficar com suas cinzas para lançá-las ao mar ou em outro local onde ele gostava em vida. Afinal, são tradições que envolvem sentimentos e afeto.
Por outro lado, com o aumento da população humana, a intensificação dos problemas climáticos, poluição, esgotamento do solo e lotação dos cemitérios, a compostagem de corpos humanos vem sendo vista como uma alternativa para esses problemas.
E você o que pensa a respeito? Deixe sua opinião nos comentários.
Vamos ampliar esse debate!
Fontes:
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