Vídeos do TikTok podem causar vícios e doenças mentais


A era do TikTok: dancinhas, vídeos curtos, conteúdos que não acrescentam muito… Cada vez mais as pessoas estão viciadas no aplicativo que viralizou em todo o mundo.

Para quem não conhece, parece até ser atraente e divertido. No entanto, o uso indevido do TikTok pode afetar nossa saúde mental.

Como o aplicativo afeta o cérebro?

O TikTok se tornou uma das redes sociais mais populares nos últimos tempos, principalmente entre os mais jovens. Crianças, adolescentes (e muitos adultos) podem passar horas percorrendo os tais vídeos curtos.

E embora isso pareça uma ótima forma de entretenimento, também traz riscos significativos.

Um estudo buscou entender como o aplicativo afeta o cérebro e chegou a conclusões interessantes.

O TikTok encontrou uma fórmula que cativa e envolve, portanto, é importante que estejamos cientes de seus riscos e consigamos usá-lo com moderação.

Embora o TikTok não ofereça nada que já não tenha sido visto em outras plataformas digitais, a verdade é que ele combina uma série de recursos que o tornam especialmente atraente:

  • Vídeos curtos: o conteúdo audiovisual da plataforma é composto por clipes que duram entre alguns segundos e alguns minutos. Desta forma, a informação é concentrada e apresentada de forma concisa e apelativa;
  • Mostra a cada usuário um conteúdo totalmente personalizado. Isso se deve a um algoritmo que capta os interesses de cada pessoa com grande precisão para oferecer-lhes o conteúdo que gera mais atração para elas;
  • Os vídeos curtos seguem um ao outro infinitamente, conforme o usuário desliza a tela. Deste modo, um reforço intermitente é gerado: embora não gostemos de todos os clipes, dá a impressão de que “ao virar da esquina” haverá algum conteúdo magnífico que não podemos perder.

Você pode dizer: nada diferente do Reels do Instagram e do Watch do Facebook certo?  Certo! Só que no TikTok só tem vídeos e disponibilizados no formato acima descrito: a receita do sucesso da empresa e do fracasso para os usuários. Aliás, usuśrio, é a terminologia correta.

Sistema de recompensas: vício

E é assim que o TikTok afeta o cérebro, ativando poderosamente o sistema de recompensas graças às descargas de dopamina geradas ao assistir a cada um de seus vídeos.

Isso não apenas proporciona prazer imediato, mas também o uso do aplicativo fica registrado como uma atividade desejável que tendemos a repetir.

Isso te pareceu um vício, uma dependência química? Pois é….

Diminui a atenção e a concentração, afetando a memória

Sem dúvida, redes sociais, telas e principalmente aplicativos como o TikTok influenciam na atenção e concentração das crianças, principalmente por períodos prolongados.

Os jovens estão numa fase particularmente vulnerável. O córtex pré-frontal (responsável pelo controle de impulsos, memória e atenção) não termina de se desenvolver até aproximadamente 25 anos de idade.

A exposição a esse tipo de estimulação (em que se oferece conteúdo e gratificação instantânea) pode influenciar negativamente no desenvolvimento dessas habilidades cognitivas.

Prejudica a capacidade de adiar a gratificação

Usar o TikTok nos deixa impacientes e dificulta o adiamento da gratificação.

O app nos acostuma a obter reforços com facilidade e rapidez, e nos faz perder o interesse por tudo o que exige tempo e esforço.

Infelizmente, na vida real, paciência, perseverança e capacidade de adiar recompensas são altamente necessárias.

Pode levar a problemas de desenvolvimento social e emocional

Tal como acontece com outras redes sociais, o uso excessivo pode ser prejudicial às interações humanas reais.

Por mais gratificante que seja a socialização virtual, o contato humano e o estabelecimento de redes de apoio são essenciais para o nosso bem-estar, e é cada vez mais comum negligenciarmos esse aspecto investindo nosso tempo e energia em redes.

Além disso, os mais novos são expostos a conteúdos impróprios, imprecisos e distorcidos.

É muito comum crianças e adolescentes se compararem com as “vidas ideais” e os “físicos perfeitos” que veem online, sem realmente se dar conta das mentiras, parcialidades ou uso de filtros que veem nesse conteúdo.

Isso pode gerar problemas de autoestima e levar a transtornos psicológicos.

É até possível que o algoritmo alimente problemas de saúde mental emergentes ou existentes. E é que não mostra apenas um conteúdo agradável e marcante, mas também aquele relacionado aos medos e preocupações de cada pessoa.

Por exemplo, alguém com depressão ou transtorno alimentar pode estar mais exposto a conteúdos relacionados a essas condições.

É suscetível ao vício

Por fim, uma das maneiras pelas quais o TikTok afeta o cérebro é causando vício em alguns usuários.

Isso é relativamente fácil de acontecer devido ao imediatismo do conteúdo e à precisão do algoritmo.

Podemos passar horas e horas explorando o aplicativo sem perceber o tempo decorrido e deixando de lado outras atividades e áreas vitais de extrema importância.

Além disso, é comum ter problemas para parar de usar o aplicativo, mesmo quando consideramos que já faz muito tempo e queremos parar.

USE MENOS

Embora esta rede social (como tantas outras) envolva riscos e inconvenientes, não se trata de demonizá-la.

É possível apreciar e aproveitar seu conteúdo desde que saibamos manter limites saudáveis.

É essencial:

  • Restringir o tempo de uso;
  • Cuidar do conteúdo que consumimos;
  • Estar ciente de como o aplicativo pode nos afetar.

Principalmente com crianças e adolescentes que usam o TikTok: estabeleça limites, monitore e fique atento aos conteúdos que estão sendo visualizados.

Sobretudo, incentive-os a ter uma vida para além do mundo virtual!

Fontes:

  1.  lamenteesmaravillosa.com
  2. Pubmed

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Lara Meneguelli


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