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A tecnologia veio para nos unir ou para nos afastar? É sobre isso que vamos falar, sobre as novas formas de NÃO se relacionar na vida, nas mídias e redes sociais porque são formas superficiais que nos causam um vazio enorme.
Conheça o significado das expressões Haunting, Benching, Phubbing e Ghosting que resumem como são as relações pessoais da nova era.
Vivemos em uma uma época onde existem formas de se comunicar extremante rápidas, que encurtam distâncias. Porém, paradoxalmente, as relações se tornaram mais frias, rasas e até falsas.
Estamos sempre conectados, porém, em contrapartida, em termos de relações humanas, parece que estamos nos afastando, criando relações demasiado superficiais, que não nos satisfaz e, ao contrário, nos causa sofrimento e infelicidade.
É possível ter milhares de amigos, e até namorar à distância, interagindo pelo Facebook, Instagram, WhatsApp ou Tinder, enviando mensagens, curtindo e comentando publicações e fazendo chamadas de vídeo.
Entretanto, da mesma forma que temos essa facilidade de contatar pessoas, ficou fácil descartá-las sem cerimônias.
É a cultura do cancelamento, um tipo de comportamento que vem marcando as relações da nova era.
As expressões Ghosting, Haunting, Benchinhg e Phubbing definem as formas de se nos relacionarmos neste novo mundo tecnológico.
E é bom ir conhecendo esses termos para NÃO cairmos em certas armadilhas.
Conheça cada uma destas expressões. Com certeza você já terá vivido cada uma delas. Comenta no final pra gente!
Esta expressão tem origem da palavra “ghost”, em inglês, que significa fantasma.
Ghosting consiste em virar um fantasma na vida de uma pessoa, ou seja, desaparecer, sumir de vez, sem deixar rastros.
Por exemplo, o ghost deixa de responder às chamadas e mensagens, para de seguir a outra pessoa ou até a bloqueia no WhatsApp e nas redes sociais, para que ela não possa mais ver suas postagens ou ter acesso a ela.
Em suma, ghosting é uma maneira de romper um relacionamento, seja de amizade ou amoroso, sem justificativa e sem respeitar o sentimento do outro. Dessa forma, não existe modo nem tempo de processar a separação e o “luto” da partida, como ocorria em relações antes da “febre” das redes sociais.
O ghosting parece ser a forma mais cruel de abandonar o outro mas, por incrível que pareça, por trás desse fenômeno existe por parte de quem some sem deixar rastro, uma vontade inconsciente de se manter na vida do outro por incapacidade de criar finalizações. Do lado da vítima mantém-se a presença de um fantasma dentro de sua ausência física.
Assim, para ambos os lados, não se vive um término, uma morte, e sim, a possibilidade de volta dos que, de fato, nunca se foram: a famosa esperança.
Em 2015 a palavra ghosting foi inserida pelo dicionário britânico Collins para nomear a forma de romper relacionamentos na era digital.
Para se aprofundar mais sobre o ghosting veja o conteúdo:
Outra forma de sumir de uma relação sem finalizá-la, e talvez ainda pior é o haunting (assombração). O termo é associado àquela pessoa que saiu como fantasma (ghost), sem dizer tchau, e que volta como assombração.
Quem pratica haunting fica curtindo as postagens da outra pessoa, mas sem efetivamente ter contato. É uma espécie de tortura que deixa a relação no famoso ata nem desata.
Sendo assim, a vítima, mas também quem pratica o hauting, não consegue por fim na relação, pois se mantém em contato, ainda que virtual, sempre na expectativa de reatar um contato real.
Derivada do inglês “to bench”, benching significa deixar alguém no banco, ou seja, na reserva.
Como exemplo de benching, temos aquela pessoa que sai algumas vezes com alguém que conheceu nas redes sociais, e depois fica só enrolando com mensagens mas, na hora de marcar um novo encontro, sempre tem uma desculpa para não ir.
Conclusão, está deixando a outra pessoa “de molho”, na reserva , sem maiores expectativas.
A psicanalista Maria Homem, no vídeo abaixo, dá uma explicação muito interessante sobre o benching. Para ela, estar no banco de reservas diz respeito a uma fantasia que segue a lógica capitalista do consumo, onde existe uma disputa imaginária com os outros, onde se espera ser O escolhido como prêmio.
O termo phubbing vem da junção das palavras telefone (phone) e desprezo (snubbing).
Um exemplo é o indivíduo que está em uma confraternização, entre conversa com amigos ou familiares, e não larga do celular por nada, ou seja, só está fisicamente na reunião, quando a cabeça está no mundo virtual.
Quem é viciado em praticar phubbing, os phubbers, deixam de viver e aproveitar o momento real e se desconectam da realidade e das pessoas de seu convívio.
É o que mais tem por aí!
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Essas práticas decorrentes do mundo contemporâneo e do avanço tecnológico têm como combustível o medo de se relacionar, traumas sentimentais, desconfiança, insegurança afetiva e imaturidade emocional.
Pessoas assim encontram nas redes sociais o terreno fértil para se “protegerem” do perigo e do medo que sentem do abandono, entrando em suas “bolhas psicológicas” sem terem de enfrentar os desafios e os riscos que os relacionamentos reais trazem.
Leia mais:
Estamos vivendo o que o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman chamou de “modernidade líquida”, que ele bem descreveu dizendo:
“Tudo é mais fácil na vida virtual, mas perdemos a arte das relações sociais e da amizade”.
“Esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o trabalho bem feito. O que se consome, o que se compra, são apenas sedativos morais que tranquilizam seus escrúpulos éticos”.
Sabendo de tudo isso, é recomendável buscar o equilíbrio entre o mundo virtual e o real para o bem-estar e a saúde das relações humanas.
Agora que você conhece esses termos, entenda se você está deixando ou sendo deixado no banco de reservas, se você está assombrando ou sendo a assombração de alguém, se está ignorando ou se é ignorado e, vire essa página.
Relações assim não nos fazem crescer. Quem não se envolve, não se desenvolve!
Comenta com a gente se você conhecia esses termos.
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Categorias: Sociedade
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