Brasil bate recorde de mães carreira solo em 2022


O número de pais ausentes no Brasil só aumenta desde 2018. O país alcançou o maior percentual de crianças registradas apenas em nome da mãe neste mês em 2022.

Abandono paterno

O percentual de pais ausentes no Brasil vem crescendo desde 2018.

Até então, o recorde havia recaído sobre os dois anos acometidos pela pandemia da Covid-19, 2020 e 2021.

No entanto, os primeiros meses de 2022 já conseguiram ultrapassar o índice de recusa à paternidade, se comparados ao mesmo período nos anos anteriores.

Os números

Entre janeiro e abril de 2018, aproximadamente 5,3% dos registros de nascimentos foram feitos apenas com o nome da mãe (51.176 de 954.869 documentos formalizados).

Em 2020 e 2021, este índice passou para a casa dos 5,8% e 5,9%.

No mesmo período em 2022, o percentual de pais que renegaram a paternidade saltou para 6,6%, o maior até agora.

Assim como nos dois anos anteriores, a região Norte do país é a que concentra maior número de pais ausentes em relação ao total de registros (10%), seguida do Nordeste (7%), Centro-Oeste e Sudeste (6%) e Sul (5%).

No país inteiro, são 56.931 crianças que crescerão sem a figura paterna nos documentos e dentro de casa, bem como, quase 57.000 mulheres que terão de assumir o “cargo” de chefe de família ou mãe “carreira solo”.

A realidade da mãe solo no Brasil ainda é pouco amparada por políticas públicas, tão necessárias para assegurar a chefia monoparental, mas algumas iniciativas têm surgido.

Projeto de auxílio permanente

Desde 2020, está em tramitação no Congresso um projeto de auxílio permanente (de R$ 1200) às mães solos, que ainda deverá ser avaliado pelas comissões a que diz respeito e votado no Senado.

Não distante desta proposta, há o Projeto de Lei 3717/21, intitulado de Lei dos Direitos da Mãe Solo.

O mesmo foi aprovado entre o Senado em março deste ano e está em tramitação para o Plenário da Câmara.

Se for acatada, a lei concederá às mulheres registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) com filhos de até 18 anos de idade e renda familiar de até meio salário-mínimo as assistências de:

  • Pagamento em dobro de benefícios socais;
  • Prioridade na fila da educação infantil;
  • Subsídio no transporte urbano;
  • Licença-maternidade de 180 dias;
  • Exigência de cotas de contratação em grandes empresas (com 100 ou mais empregados): obrigação de preencher de 2 % e 5 % dos cargos com mães solo.

As propostas são mais uma forma de afirmar o que quase 12 milhões de mulheres brasileiras, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sabem: as mães solos precisam (e devem) ter amparo público!

Que vergonha hein?!

O que diriam os “machos-alfa”….

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Lara Meneguelli


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