Breve história do sistema de escrita e leitura de Louis Braille


Você com certeza conhece braille: o alfabeto para pessoas com deficiência visual. Mas, você conhece a história de como e por quem foi criado?

O sistema Braille

O sistema de leitura e escrita para pessoas cegas, mais conhecido como braille, foi inventado por Louis Braille.

Louis, que perdeu a visão ainda criança, inventou o alfabeto tátil que até hoje é usado, em todas as partes do mundo.

Quem foi Louis Braille?

O criador do braille, Louis Braille, nasceu em 1809, em Coupvray, na França.

Ainda criança, aos 3 anos sofreu um acidente que o fez perder a visão: brincando, ele pegou uma faca e feriu-se no olho direito.

Infelizmente, a inflamação também atingiu o olho esquerdo e, aos 5 anos, ele já estava totalmente cego.

Com muita determinação, o pai começou a ensinar o filho a ler usando tachas sobre couro e madeira, que faziam relevo e formavam os desenhos nas letras, assim como na folha de papel.

“Célula braile”

Como Louis era muito persistente, através dos estudos ele conseguiu uma bolsa no Instituto para Jovens Cegos, em Paris.

No instituto, os alunos com deficiência visual aprendiam por meio de um sistema chamado Valentin Haüy (fundador da primeira escola para cegos do mundo):

  • era possível ler as letras gravadas em folhas grossas de papel ao passar a ponta dos dedos em sua superfície.

Mas, para o aluno, o sistema de Haüy tinha dois problemas:

  1. a leitura era lenta;
  2. e as letras em relevo nem sempre eram compreensíveis ao toque.

Diante disso, Braille criou seu próprio sistema de escrita e leitura para pessoas com deficiência visual, em 1825, aos 16 anos.

Ele apresentou um sistema de seis pontos, a “célula braille” tem seis pontos em relevo dispostos em duas colunas de três.

Com diferentes combinações, é possível representar tanto letras como números e sinais de pontuação.

Mensagens criptografadas

Braille foi inspirado por Charles Barbier de la Serre, um militar que desenvolveu um código chamado “escrita noturna“, projetado para que os oficiais do exército pudessem escrever mensagens criptografadas e decifrá-las com os dedos.

Este alfabeto substituiu as letras tradicionais por pontos gravados que representavam diferentes fonemas, de acordo com a quantidade e localização.

Sistema de Barbier x Sistema de Braille

O que Braille fez foi aperfeiçoar o sistema de Barbier: reduziu o número máximo de pontos de 12 para 6, o que se adapta muito melhor ao tamanho da ponta do dedo para agilizar a leitura.

No sistema de Braille, cada combinação representa um caractere, incluindo a notação musical, em vez de um fonema, o que facilita muito mais a compreensão.

Em 1829 ele inventou um sistema de notação musical de seis pontos (Braille de Signos Musicais ou “Musicografia“), e publicou seu primeiro livro em braille.

Alfabeto universal

A grande vantagem do braille é a de ser um alfabeto universal, um sistema que pode se adaptar aos diferentes idiomas.

O reconhecimento oficial da criação só veio anos depois da morte de Louis Braille, que ocorreu no dia 6 de janeiro de 1852, vítima de tuberculose.

No Brasil, o sistema ficou conhecido em 1854, quando foi inaugurado o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, na época conhecido como Imperial Instituto dos Meninos Cegos.

Desde 2004, o decreto nº 5.296 transformou o braille em direito do cidadão e a linguagem é obrigatória em elevadores e caixas de remédio.

O dia 4 de janeiro, proclamado pela ONU, é o Dia Mundial do Braille, com o objetivo de dar visibilidade ao fato de que:

“…facilitar o acesso à escrita é um requisito crucial para que as pessoas com deficiência visual possam desfrutar plenamente dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”.

O professor francês Louis Braille revolucionou o sistema de escrita para pessoas com problemas visuais ou cegueira.

O sistema conhecido mundialmente, leva seu nome e permite a inclusão de 1,3 bilhão de pessoas que vivem com algum tipo de deficiência visual.

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Lara Meneguelli


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