Tem cocaína na Coca-Cola? De volta a 1886, conheça a história


Elon Musk falou, tá falado?!

Dois dias após ter comprado o Twitter pelo valor de US$ 44 bilhões, bem-humorado, o homem mais rico do planeta Terra quer fazer do seu novo playground um lugar mais divertido possível.

Isso porque, em tom de brincadeira, ele tinha dito que seu próximo investimento seria comprar a Coca-Cola pra colocar cocaína de volta na bebida.

Tem Coca aí na Geladeira?

Musk fala sobre trazer a cocaína de volta para a Coca-Cola fazendo referência ao passado da bebida.

Criada em 1885, a receita da bebida incluía a droga, que, até então, era legalizada.

Entretanto, segundo um artigo de 1988 do New York Times, em 1900, a droga foi eliminada da bebida.

A história da cocaína na Coca-Cola

A Coca-Cola foi formulada pelo farmacêutico norte-americano John Stith Pemberton, com o objetivo de aliviar as dores das feridas que sofreu durante a Guerra Civil.

Ele já estava viciado em morfina, e procurava uma fórmula mais leve que proporcionasse sensação de alívio semelhante.

Em 1869, Pemberton inventou a “French Wine Coca” (em português, “coca de vinho francês”), que continha álcool e… cocaína.

Cocaína + noz-de-cola = Coca-Cola

Na época, o extrato não era ilegal ou considerado droga. Na verdade, era um estimulador potente do sistema nervoso central, usado por índios nativos americanos.

Em 1885, o álcool foi retirado da bebida, por pressão do governo.

Para substituir o álcool, Pemberton adicionou extrato de noz-de-cola e xarope de açúcar.

Em 1886, a bebida foi batizada com o nome de Coca-Cola, pois seus principais ingredientes eram cocaína e noz-de-cola.

“Santo remédio”

Inicialmente, a Coca-Cola era vendida em copos (9 miligramas de cocaína por copo). O criador da bebida prometia uma série de benefícios e curas aos consumidores.

O sucesso do “santo remédio” foi tanto que, em 1894, iniciou-se a produção em garrafas.

Em 1902, a Coca-Cola passa a ser vendida em garrafas com “tampa coroa“, até então, era comercializada em garrafas com tampa de rolha.

Nessa época, os direitos da marca já tinham sido vendidos a Asa Candler, que ficou milionário ao provar que a bebida tinha grande potencial de mercado.

O tônico cerebral ideal

A cocaína teria sido retirada por volta de 1905 (36 anos depois de sua invenção), época em que as autoridades de saúde começaram a questionar a segurança do ingrediente.

Com a substituição da droga por uma dose extra de cafeína e ainda mais açúcar, foi lançado o slogan “Coca-Cola: renova e sustenta“.

Antes disso, o refrigerante usava: “Coca-Cola: o tônico cerebral ideal“.

Quem conta a história melhor é o americano Martin Kemp, professor de História da Arte da Universidade de Oxford, que  em 2011 lançou o livro “Christ to Coke” (“De Cristo à Coca“).

Um dos capítulos é dedicado à Coca-Cola, o refrigerante mais consumido do mundo.

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Lara Meneguelli


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