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Para onde você irá quando morrer? Empresas nos Estados Unidos e no Reino Unido estão inserindo o que seriam túmulos em recifes de corais no fundo do mar.
Estes túmulos são feitos misturando as cinzas da pessoa falecida com grandes bolas ocas de concreto.
Concreto no fundo do mar? Hum… não parece boa ideia!
Os preços de uma bola funerária marítima ficam entre US$ 1.200 e US$ 7.500, segundo o The Guardian (em torno de R$ 6.000 e R$ 38.000).
Apesar de não parecer boa ideia interferir e ‘invadir’ o habitat marinho, a mergulhadora Janet Hock, escreveu em seu testamento que queria se tornar parte de um recife de coral quando morresse. Ela conta:
“Você está fornecendo estrutura para os peixes nadarem e um lugar para as plantas crescerem. Minha primeira impressão foi que elas [as estruturas de concreto] são muito feias. Então eu pensei: ‘Ah, seria tão bom estar lá embaixo, com peixinhos laranja correndo pelos buracos da minha bola funerária.'”
A empresa Eternal Reefs, da Flórida (EUA), monta os recifes artificiais com estruturas feitas de concreto com pH neutro, juntamente com cinzas humanas, em áreas regulamentadas do fundo do mar na costa americana.
Familiares e amigos recebem as coordenadas por GPS de onde está localizada a “lápide” de seu ente querido.
Com mais de um metro de altura e dois metros de largura e pesando de 250 kg a 1.800 kg, as bolas têm uma superfície áspera que permite que plantas e animais marinhos, como corais e algas, cresçam nelas.
Até agora, foram afundados cerca de 3.000 recifes memoriais em cerca de 25 locais dos Estados Unidos.
A ideia também foi adotada no Reino Unido: dois mergulhadores locais, Marcus Darler e Sean Webb, obtiveram permissão para obter um quilômetro quadrado na costa de Weymouth e Portland para montar um recife e ajudar a regenerar a população local de lagostas, bem como promover a região como um local de mergulho.
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Será que os recifes funerários são uma boa ideia? Quais são os impactos causados à biodiversidade?
O modelo envolve a cremação, que, em média, libera 400 kg de dióxido de carbono na atmosfera para cada corpo, além de não ser acessível para a maioria das pessoas.
Já começa por aí: o ideal é não escolher a cremação, este método é considerado antiecológico.
Os recifes artificiais também utilizam concreto, cuja fabricação é responsável por até 8% das emissões globais de CO2.
Para algumas pessoas, é um ótimo negócio! Murray Roberts, professor de biologia marinha da escola de geociências da Universidade de Edimburgo, apoia a iniciativa:
“Os corais e todos os tipos de animais crescem melhor na estrutura. Não consigo ver uma desvantagem.
Quando você tem recifes artificiais que contêm restos humanos, imagine a consternação que haveria se essa área fosse destruída pela pesca industrial”.
O artificial faz bem para a natureza?
O que você achou desta ideia?
https://youtu.be/p2O6N8YdPBA
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Categorias: Sociedade
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