O que é METAVERSO e por que preocupa


Especialistas dizem que estamos escrevendo um novo capitulo na história da internet chamado Metaverso. Neste capítulo, realidade e ficção se confundem em um ambiente virtual que promete ser o mundo dos sonhos. Só que não. Veja o que é o Metaverso e quais os perigos dessa nova tecnologia que está se abrindo.

Ficção científica

A ficção científica, na maioria das vezes, apresenta situações que, embora inexistentes no momento presente da vida real, podem acontecer no futuro.

Um exemplo bastante prático pode ser identificado nas obras de Júlio Verne (considerado o inventor do gênero ficção cientifica), onde se previam equipamentos e situações, anos depois disponibilizados pelos avanços da ciência e tecnologia. Inclusive, muitos estão em pesquisas e podem ser concretizados em algum momento do futuro próximo.

De Júlio Verne ao cinema contemporâneo, não faltam exemplos de cenários que mudam e se transformam com um piscar de olhos, com o apertar de um botão ou entrando em uma máquina especial, onde é possível transformar realidades viajando no tempo e no espaço.

Hoje, essa possibilidade está muito prestes a existir, e é um ambiente virtual denominado Metaverso.

O que é o Metaverso

Metaverso é uma palavra que ficou famosa com a mudança do nome Facebook para Meta, mas o termo fora cunhado pela primeira vez por Neal Stephenson em sua obra “Nevasca”, de 1992.

O termo define o mundo virtual que imita a realidade através de tecnologias super avançadas onde seria possível sentir as emoções como se fossem reais. É como em um sonho bom, onde se acorda relaxado e feliz, mas também pode ser como um pesadelo, onde se acorda agitado e gritando, aliviado por ser apenas um sonho.

Exemplos da tecnologia usada no Metaverso já existem. Além do Meta (ex-Facebook), jogos como Second Life, VRChat, Roblox e Fortnite podem dar uma ideia do que está por vir.

Quem não curte jogos, mas acompanha a literatura e adaptações cinematográficas de ficção, sabe do que estamos falando. Basta ter em mente aquelas cenas onde a realidade virtual e a interação de personagens, ocorre em um ambiente virtual, muitas vezes atuando em estímulos cerebrais que mantêm a sensação de uma realidade viva.

Pois bem, o Metaverso é exatamente isso. Usando a inteligência artificial e recursos de realidade aumentada e virtual, é possível disponibilizar ambientes ficticios para incluir todas as interações humanas, sem passarem pela vida presencial.

Nesse admirável mundo novo (citando mais uma famosa obra), as pessoas poderão interagir e realizar qualquer atividade online, como se estivessem vivendo-as de verdade: trabalhar, jogar, fazer compras, ir ao bar, ao museu, encontrar amigos, etc, etc.

Esse novo conceito de experiências de relacionamentos serão aplicadas a diversos setores da vida do homem, desde os relacionamentos de amizades até atividades profissionais.

Qual é o perigo?

Por que o Metaverso preocupa?

Os críticos dessa inovação entendem que o Metaverso pode destruir as interações presenciais, enquanto seus defensores apontam que tudo dependerá da forma como será aplicada essa tecnologia.

Se já estamos distantes uns dos outros (basta ir a um local qualquer e ver pessoas que não interagem entre si, onde cada uma está isolada em seu smartphone), as perspectivas do Metaverso preocupam.

Se já não estamos sabendo fazer uso da internet, se já estamos preferindo interagir através das tecnologias e não no olho a olho, estamos arriscando o fim da interação humana.

E qual é o problema?

Relacionamentos são os grandes desafios humanos. Temos os fenômenos do ghosting e da cultura do cancelamento que é praticamente uma prévia do Metaverso, ou seja, em vez de nos relacionarmos, excluímos as pessoas das nossas vidas, ficamos intolerantes, trocamos de amigos, namorados e colegas de trabalho como trocamos de roupa. Estamos mercantilizando tudo, inclusive as relações.

Isso é um perigo sério porque o ser humano, biologicamente, se desenvolveu através das interações físicas e reais. O homem é um mamífero e, como tal, faz parte da sua evolução o contato de pele, a troca de olhares e o olfato.

Nós não sabemos o que uma mudança tão drástica em nossa forma de nos relacionar pode causar à saude física, mental e espiritual humana. Quer dizer, já sabemos, mas ninguém tenta bloquear essa revolução e, aqueles que estão investindo nisso, dizem que há benefícios, que seremos felizes, que saberemos fazer bom uso dessa possibilidade.

Na verdade, a possibilidade mais plausível é a das pessoas se deprimirem cada vez mais, se desumanizarem cada vez mais ,ao ponto de não saberem mais quem são, como no filme Blade Runner, onde ninguém sabe quem é robô, quem é humano.

Questões éticas

Primeiramente é preciso dizer que o Metaverso ainda não é uma realidade posta. Pelo menos não do jeito que seus idealizadores pretendem que seja. Trata-se, ainda, de um projeto  que está começando mas que tem tudo para ter um desenvolvimento rápido, diga-se.

Para que o Metaverso se concretize tal qual se projeta, tecnologicamente falando existem vários impasses a serem ultrapassados: a internet precisa ser ultrarrápida para suportar o grande fluxo de informações que a plataforma exigirá; as plataformas  terão que ser intercambiáveis e compatíveis entre si para que experiência virtual geral possa ser compartilhada por todos.

Mas a grande questão é ética e social. Leve para o virtual todos os problemas da vida real e a lista não terá fim. Começaremos do zero a construir códigos jurídicos, além de redefinirmos a própria ética e moral. Sem falar na segurança de dados pessoais.

Na verdade, essa tecnologia já está dando problemas. Por exemplo, no VRChat, uma plataforma online onde os usuários podem explorar o ambiente virtual com avatares 3D, uma jornalista da BBC fingiu ser uma adolescente de 13 anos e acabou vítima de aliciamento, material sexual, insultos e a ameaça de estupro.

Há esperanças!

Quantas pessoas estão dispostas a se inscrever no Meta (ex-Facebook) para dar um sinal ao Mark Zuckerberg de que o seu investimento valerá a pena?

Poucas! Pois a Horizon, plataforma de realidade virtual Meta-Facebook tem (apenas) 300.000 assinantes. Se alguém achar que esse número é bom, é preciso fazer as contas com o valor do investimento e ter mente que os números de inscritos no Facebook estão caindo.

Concorrência com outras redes sociais? Enquanto o Facebook fica velho e Zuckerberg aposta no novo, esse novo assusta.

Ainda bem! pois é preciso estar consciente dos perigos de entrar em um lugar obscuro e desconhecido.

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Redação greenMe

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