Facebook: denúncias e apagão, a rede faz mal às crianças e fomenta a violência?


Todo mundo está sabendo que o dono do Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp – todas as redes sociais de uma mesma pessoa – Mark Zuckerberg, está com várias batatas quentes na mão. Tão quentes que as redes colapsaram anteontem, 4 de outubro, e o dono ficou mais pobre, passando de 4° ao 5° mais rico do mundo depois de ver as ações de sua empresa colapsarem junto com suas redes.

Até aí não é problema nosso ele ter perdido, em apenas um dia, US$6 milhões! E então qual é o nosso problema na história do Facebook, à parte os memes que contam o pânico de todos sem acesso às maiores redes sociais do mundo.

O que está acontecendo com o Facebook?

Está acontecendo que uma ex-funcionária da empresa, Frances Haugen, denunciou o Facebook ao Senado americano. Com 15 anos de experiência e tendo passado por grandes empresas da comunicação, como Google e Pinterest, Frances, 37 anos, engenharia elétrica e de computação, decidiu largar o trabalho por discordar das politicas de privacidade do Facebook.

Resumidamente, ela diz que a empresa de Mark Zuckerberg prioriza ganhos em detrimento da privacidade e da saúde das pessoas.

Antes de abandonar o cargo, ela juntou documentos para comprovar o que dizia e os entregou ao Wall Street Journal. Aí o circo começou a pegar fogo e está marcado para hoje, 5, o seu depoimento.

O que Frances Haugen denuncia contra o Facebook?

Os pontos principais, são:

  • A rede faz mal à crianças e adolescentes: uma pesquisa interna da empresa mostrava os impactos negativos do Instagram na saúde mental dos adolescentes, que quando se sentiam mal com seus corpos, o Instagram fazia com que se sentissem pior. A empresa nada teria feito para resolver esse problema, colocando a saúde mental dos seus usuários em risco.
  • Fomenta a violência: este é um outro tópico quente porque Frances denuncia que o Facebook teria de qualquer forma fomentado a violência durante a invasão do Capitólio pelos apoiadores do ex-presidente Donald Trump. Se não fomentado propriamente, teria sido negligente em ocultar dados ou desativar sistemas de segurança.
  • Tratamento diferenciado: as políticas de moderação são aplicadas de maneira distinta aos usuário. Celebridades, políticos e famosos em geral na rede social tinham tratamento diferenciado pela empresa.
  • O Facebook só pensa em dinheiro: essa é a denúncia principal: “O Facebook percebeu que se mudar o algoritmo para ser mais seguro, as pessoas vão passar menos tempo no site, vão clicar em menos anúncios, e eles vão ganhar menos dinheiro”, disse a ex-funcionária em uma entrevista à rede americana CBS.

O Facebook vai acabar? O que vai acontecer?

O que a ex-funcionária provavelmente irá pedir ao Senado americano é que os parlamentares regulamentem o Facebook.

De acordo com documentos que a agência de notícias Reuter teve acesso, a fala de France Haugen, será nesse sentido:

“Quando percebemos que as empresas de tabaco estavam escondendo os danos que causavam, o governo tomou uma atitude. Quando descobrimos que os carros eram mais seguros com cintos de segurança, o governo tomou uma atitude”, diz um trecho do depoimento preparado.

“Eu imploro que vocês façam o mesmo aqui.”

“Enquanto o Facebook estiver operando no escuro, não prestará contas a ninguém. E continuará a fazer escolhas que vão contra o bem comum.”

O que diz o Facebook e no que essa história vai dar

O Facebook afirmou através de um de seus executivos, que os vazamentos não destacavam os impactos positivos que a rede tem sobre as pessoas.

Sabe aquelas fakenews que vira e mexe rola no WhatsApp dizendo que o aplicativo vai deixar de ser gratuito e passar a ser a pagamento?

Pois é. O Facebook é uma plataforma de acesso gratuito que se mantém por publicidade, assim como tantas outras plataformas, aplicativos, sites, redes sociais. Até aí nenhuma novidade e nenhum problema.

A questão que se coloca é que dado o tamanho que a empresa de Mark Zuckerberg atingiu, ela acabou por centralizar em si muito poder.

As maiores redes sociais estão nas mãos de uma só pessoa, seria necessário regularizar isso? E como? As redes sociais poderiam induzir as pessoas a terem determinados comportamentos? As redes sociais podem decidir o que é fake e o que é real? Elas podem decidir o que será publicado, o que será censurado, o que será divulgado e o que será ocultado do grande público?

Essas perguntas são importantes que cada uma faça a si para que as pessoas aprendam a fazer um uso crítico de tudo, não só do Facebook mas de tudo, inclusive de livros, televisão, etc. É preciso questionar sempre a si mesmo e ao mundo.

Esse é o cerne dessa questão toda aí envolvendo o Facebook. Que essas denúncias sirvam para construirmos um mundo melhor, de acesso gratuito, de compartilhamento, de encontros online e ao vivo, mas que sejam de informação de qualidade, que ajudem o leitor e o usuário a serem pessoas críticas e não massas de manobras de políticos, de empresas ou de quaisquer outros meios.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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