Quando se fala em segurança pública, imediatamente o que vem à tona é prender os criminosos como forma de restabelecimento da sensação de segurança.
Mas o tema não diz respeito a apenas essa ação. É preciso pensar, também, na prevenção, a fim de que os índices de criminalidade diminuam, e em estratégias de reinserção social destinadas àquelas pessoas que estão encarceradas.
Uma pessoa presa passa anos de sua vida no isolamento social sem liberdade. Isso não quer dizer um isolamento absoluto, pois dentro das prisões existe sociabilidade.
Mas se o objetivo de encarcerar alguém que cometeu um delito é, provisoriamente, afastá-lo do convívio social para que não ameace a maioria das pessoas, ao mesmo tempo em que lhe dê uma oportunidade reparadora, é preciso que isso seja feito de uma maneira que respeite esse indivíduo dando-lhe algum sentido social.
As experiências carcerárias diferem em cada país porque refletem as suas culturas. O Brasil está longe de servir como modelo carcerário, já que nossas prisões infringem direitos humanos básicos – como, também, acontece fora delas.
A maioria da população carcerária é constituída de pessoas jovens, ou seja, aptas a desenvolverem uma série de atividades. Segundo o site Saludable Guru, estudos dizem que 85% dos presos que estudam têm menos chance de reincidência, assim como o trabalho é outra atividade que contribuir para esse percentual.
A Itália resolveu tomar a sério esse indicador dando à sua população carcerária a oportunidade de aprender um ofício em trabalhos desenvolvidos em equipe. A prefeitura de Roma decidiu incluir os presos da cidade em um projeto que lhe propicia saírem do cárcere para trabalhar – vale dizer que são presos considerados de baixa periculosidade.
Na Hungria, na cidade de Debrecen, foi desenvolvido um projeto com presos e cães abandonados. A adestradora Ana María Nagy explica que os cães ajudam os presos a controlarem a sua agressividade e vice-versa. Os presos têm a responsabilidade de assumir o cuidado de um cão e aprender a conviver com ele desenvolvendo a afetividade. Afinal, os cães não fazem julgamento e não perguntam que delito o preso cometeu. Simplesmente, eles dão afeto.
Experiências que tratem os presos como sujeitos são fundamentais, porque essas pessoas são esquecidas pela sociedade. No Brasil, ainda temos aquela máxima de que “bandido bom é bandido morto”, desqualificando a vida humana ao grau zero. Presos são pessoas que cometeram erros, alguns muito graves, mas de qualquer forma devem ser tratados pelo que são: seres humanos.
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