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O Japão é um dos países com os maiores índices de solitários do mundo e, também, o de suicídio.
A ausência de contato social tornou-se crônica durante a pandemia, aumentando mais ainda o número de suicídios no país oriental. Apenas em 2020, foram registrados 21.919 suicídios, dos quais 6.976 foram entre mulheres, informa El Pais. Essa outra pandemia fez o governo japonês nomear Tetsushi Sakamoto como ministro da Solidão – algo também já feito pelo Reino Unido em 2018.
Sakamoto terá como desafio coordenar uma estratégia, junto com o ministério da Revitalização das Regiões, de enfrentamento ao suicídio, um fenômeno relacionado com a queda da natalidade e a massificação nas cidades.
Além disso, o ministro da Solidão precisará compilar dados estatísticos para convencer os japoneses de que eles têm um problema.
Acontece que, no Japão, a solidão não é considerada uma questão problemática. As pessoas se recusam a aceitar isso porque “rejeitam a conotação negativa da solidão”, avalia Junko Okamoto, autora do livro Sekai ichi kodoku na Nihon no ojisan (O mais solitário do mundo: os homens japoneses de meia idade).
Para o japonês, a solidão é um desafio a ser enfrentado como outro qualquer.
Entretanto, a situação é tão grave que o Instituto de Pesquisas Mizuho prevê que, até 2040, 40% dos lares japoneses serão unipessoais.
O mercado já está de olho nesse nicho dos solitários. Tanto que existe uma série de negócios no Japão que enaltecem a solidão.
Os supermercados vendem porções individuais de praticamente tudo, os restaurantes usam o termo ohitori-sama (“querido cliente sozinho”) e oferecem mesas com apenas um assento e vista privilegiada fora do campo visual de casais, famílias e grupos.
As principais vítimas da solidão no Japão são homens de meia idade e idosos, que são encontrados mortos depois de dias e até meses. Essa situação propiciou a criação de um serviço especializado de limpeza de casas.
O governo japonês não divulga dados estatísticos sobre mortes provocas pela solidão, mas a ONG Associação para Tomar Medidas para Prevenir a Morte Solitária no Japão estima que cerca de 4.500 pessoas morreram sozinhas em 2020.
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Categorias: Sociedade
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