Não bastasse a tragédia socioambiental em Mariana (MG), ocorrida devido ao rompimento da barragem do Fundão, a violência social segue contra as vítimas do desastre.
A Folha de S. Paulo divulgou, a partir de uma reportagem da Agência Pública, um áudio de uma reunião na qual Viviane Aguiar, advogada da Fundação Renova, que representa a Samarco, a Vale e a BHP Billiton para executar ações de reparação às vítimas, grita:
“Eu que chamei a reunião, eu que vou dar o tom”.
Acontece que o tom da “conversa” é de ameaça e intimidação aos representantes de uma comissão que havia feito uma manifestação dias antes, em Naque (MG,), que interditaram os trilhos de uma linha de trem da Vale para protestar contra o Sistema Indenizatório Simplificado (Novel).
Os absurdos contidos na fala da advogada ainda se revelam na declaração:
“Não sou eu que estou falando isso, é o juiz dono do processo que está falando”.
A Fundação Renova é alvo de extinção por uma ação movida pelo Ministério Público de Minas Gerais, que rejeitou várias vezes a contabilidade apresentada pela entidade. O órgão alega desvio de finalidade e ineficiência da Fundação, que teria conluio com as mineradoras, com a participação do juiz Mário de Paula, no intuito de, através da Novel, as empresas rés pagarem indenizações inferiores às vítimas.
Procuradas pela reportagem, a BHP Billiton defendeu-se, em nota, afirmando “refuta[r] veementemente as graves alegações feitas pelos procuradores do Ministério Público Federal”.
Já a Samarco não quis comentar o assunto.
Não bastasse a tragédia ambiental, cujos efeitos se delongam no tempo até não se sabe quando, a tragédia humana social que poderia ser resolvida de maneira rápida e racional, tampouco parece ter fim.
É o Deus Dinheiro no comando!
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Categorias: Sociedade
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