Nasrin Sotoudeh foi condenada a mais 33 anos de prisão e a 148 chicotadas. A pesada sentença chegou contra a mais famosa advogada iraniana dos direitos humanos. Já na cadeia desde junho passado, a advogada, inicialmente condenada a 5 anos, terá agora que pagar outros 33. Além disso, sofrerá violência física com 148 chicotadas.
A sua culpa? Protestar contra a pena de morte e incitar as mulheres a tirarem os seus véus.
A notícia chegou pelo seu marido Reza Khandan. A mulher que escolheu permanecer na República Islâmica para defender seus compatriotas e seus direitos, está enfrentando agora uma sentença muito longa.
Sotoudeh representava as mulheres que protestam contra o uso do véu.
“Nasrin Sotoudeh dedicou sua vida a defender os direitos das mulheres e a se manifestar contra a pena de morte”, disse Philip Luther, da Anistia Internacional. “É absolutamente ultrajante que as autoridades iranianas a estejam punindo por seu trabalho pelos direitos humanos”.
Segundo o quanto referido no processo, as acusações feitas contra a advogada dizem respeito à divulgação de informações contra o Estado, insultos ao chefe supremo do Irã e à espionagem, mas também à propaganda contra o sistema, participação no movimento contra a pena de morte, incitamento para as mulheres tirarem os véus e fazerem atos imorais.
Aos 55 anos, a advogada é um dos poucos profissionais desta área que permanecem no Irã para defender os direitos humanos e está entre os sete presos no ano passado. Antes da prisão, em junho, ela representou algumas mulheres presas por terem sido mostradas em público sem véu.
Nasrin enfrentou 9 acusações em dois julgamentos, um dos quais ocorreu sem a sua presença. Ela também é uma ex-presa política: entre 2010 e 2013, ela foi presa com a acusação de espalhar propaganda e conspiração para danificar a segurança do Estado. Da sua parte, ela negou quaisquer acusações e enquanto esteve na prisão, o Parlamento Europeu lhe concedeu o prêmio Sakharov pela liberdade de pensamento.
“O Judiciário iraniano está punindo Sotoudeh por tentar defender o Estado de Direito e o direito a uma defesa justa em casos envolvendo acusados que enfrentam acusações politicamente motivadas”, disse Hadi Ghaemi, diretor executivo do Centro de Direitos Humanos do Irã. (CHR). “O judiciário iraniano está zombando de toda noção de justiça no Irã”.
Privada de sua liberdade apenas por defender os mais fracos.
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