Presa desde maio, a jornalista Zhang Zhan foi condenada a 4 anos de prisão por mostrar crise da Covid-19 em Wuhan.
Quando o coronavírus começou a infectar um grande número de pessoas em Wuhan, Zhang Zhan fez reportagens sobre a situação dos hospitais da cidade, mostrando que o país não estava lidando tão bem assim com a situação que já estava caótica, enquanto a China informava que estava tudo sob controle.
O julgamento ocorreu à portas fechadas e pessoas que tentaram assistir foram impedidas de entrar no Tribunal de Xangai, inclusive jornalistas e diplomatas estrangeiros.
Os apoiadores da jornalista Zhang Zhang e alguns ativistas de direitos humanos internacionais condenam toda essa situação, e inclusive relatam que o julgamento ocorreu bem nessa época de final de ano, que muita gente está de férias ou visitando a família, e a mobilização seria menor.
Além disso, como dito, desde março a jornalista está presa e foi condenada sob a alegação de “causar brigas e problemas”.
Aliás, esse é um argumento muito comum utilizado pelas autoridades chinesas para condenar pessoas que, na prática não cometeram crime algum, mas precisam ser “silenciadas”.
Zhang Zhan é jornalista, ativista, natural de Xangai e foi até Wuhan em fevereiro logo que a cidade foi anunciada como o epicentro da doença.
Logo a jornalista chamou a atenção das autoridades chinesas porque passou a divulgar nas redes sociais e produzir reportagens sobre a situação caótica dos hospitais, mostrando uma situação mais grave da doença.
A jornalista já fez greve de fome na prisão em junho, mas foi alimentada à força por sonda e, segundo seus advogados, pretende fazer greve de fome novamente.
A jornalista foi a primeira a ser condenada, mas existem vários outros casos semelhantes de outros jornalistas presos aguardando julgamento.
É por essas e outras posturas do governo chinês, tão repressor numa ditadura que perdura há mais de 70 anos, principalmente quanto às informações sobre a origem do vírus, que a OMS vem tentando, desde o início da pandemia, realizar uma expedição até a Wuhan para investigar os fatos, o que somente agora, quase um ano depois, foi autorizada pela China.
Entre boatos e conspirações, restar torcer para que essa expedição consiga revelar a verdade.
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Categorias: Sociedade
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