Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a Mulher: tragédias a serem lembradas


Atos bárbaros e sanguinários movido pelo ódio às mulheres motivou o nascimento do Dia Internacional da Luta Contra a Violência à Mulher, proclamado no ano de 1999 pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM).

O órgão das Nações Unidas declarou a data de 25 de novembro como o Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a Mulher, e o dia 6 de dezembro para lembrar a morte de mulheres assassinadas pelo machismo.

Difere do dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, porque embora também sirva para lembrar de lutas e direitos, serve, principalmente, para enaltecer as mulheres, reconhecer seu valor e principalmente, discutir questões de paridade e igualdade de gênero.

Já os dias 25 de novembro e 06 de dezembro, são sinônimos da violência e de tragédia, de morte e estupidez, brutalidade, machismo e poder que os homens “achavam”, ainda acham, infelizmente, que exerciam sobre as mulheres.

25 de novembro e o tema de 2022

Este ano, o tema do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres é “Ativismo para acabar com a Violência contra Mulheres e Meninas”.

A data coincide com o início da campanha de 16 Dias de Ativismo para o Fim da Violência de Gênero, que vai até 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Histórias a serem lembradas

No dia 25 de novembro de 1960, as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, foram brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana. As três combatiam o regime ditatorial e tiveram seus corpos encontrados no fundo de um precipício, estrangulados, com os ossos quebrados.

No dia 6 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos, chamado Marc Lepine, invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Monteral, Canadá e ordenou que os homens (aproximadamente 48) se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Gritando: “você são todas feministas!?”, esse homem começou a atirar enfurecidamente e assassinou 14 mulheres, à queima roupa. 

Em seguida, Marc suicidou-se e deixou uma carta com uma lista de 19 feministas que ele pretendia matar, afirmando que havia feito aquilo porque não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino. 

Esse ato bárbaro motivou o lançamento da Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher. 

Campanha do Laço Branco

O Laço Branco é uma campanha internacionalmente conhecida que existe há 24 anos no Canadá e ocorre todo dia 06 de dezembro, para lembrar do trágico assassinato das estudantes de engenharia em Montreal.

Essa campanha surgiu com o objetivo de envolver os homens pelo fim da violência contra a mulher, afinal de contas, nesse contexto doméstico, cultural, machista decorrente do sistema da sociedade patriarcal, são os homens que praticam violência contra a mulher, em 100% das vezes.

Se ele não foi o agente, ele foi omisso ou conivente. 

É só pensar em como as mulheres são tratadas em delegacias, tribunais, hospitais, IMLs e afins.

Então o objetivo é que a campanha atinja os homens e também às mulheres, sempre, mas a estratégia é trazer os agentes para debater, pensar e falar sobre esse tema.

Para fortalecer essa luta e garantir que o resultado seja alcançado, elimina muitos obstáculos e facilita as ações, se todas as partes estiverem envolvidas, principalmente quem é parte efetiva do problema, para não dizer que é o problema, senão os homens.

Como a campanha acontece

É comum que cidades, principalmente capitais brasileiras, mas também aquelas onde existam conselhos municipais da mulher, secretarias especiais das mulheres ou órgãos voltados para o combate à violência contra à mulher, como os CRAMs – Centro de Referência e Atendimento à Mulher vítima de violência, ocorram campanhas do Laço Branco nessa época.

Normalmente as atividades desenvolvidas utilizam estratégias como comunicação em rede e sensibilizações comunitárias, sobretudo com jovens do sexo masculino, em parceria com diferentes instituições, particularmente organizações do Movimento de Mulheres, distribuindo laços brancos, camisetas e folhetos informativos, eventos, caminhadas, apitaços, debates, campanhas informativas e orientação psicossocial.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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