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Depois dos EUA, Austrália e Suécia, agora é a vez da União Europeia pedir investigação independente sobre origem e disseminação do coronavírus
Em abril, o governo norte-americano anunciou que estava realizando uma investigação sobre a origem e disseminação do vírus Sars-Cov-2. O foco da investigação é o Instituto de Virologia de Wuhan na China, um laboratório de segurança máxima, cuja teoria apontada pelos serviços de inteligência dos EUA é que o novo coronavírus tenha sido liberado acidentalmente ao público.
Além disso, os EUA acusam a China de ter demorado a tomar as medidas necessárias de combate ao vírus, além de tentar, no início, encobrir a realidade dos fatos.
Na ocasião, a China negou veemente a acusação e o Instituto de Virologia de Wuhan afirmou que o laboratório é seguro e que nenhum de seus funcionários foi contaminado.
Uma semana após o anúncio do governo americano, em conversa com o presidente Donald Trump, a Austrália comunicou que apoiava os EUA e ainda buscava apoio outros países para uma investigação internacional independente sobre as origens e disseminação do coronavírus.
A Austrália também questionou a transparência da China sobre a pandemia.
Agora é a vez de países europeus manifestarem apoio à uma investigação independente sobre a origem do vírus.
A Suécia pretende pedir à União Europeia uma investigação internacional sobre as origens da pandemia do novo coronavírus.
Nesta quarta-feira, dia 06, Lena Hallengren, a ministra da Saúde da Suécia, afirmou que
“quando a situação global da Covid-19 estiver sob controle, é razoável e importante que seja realizada uma investigação internacional independente para obter conhecimento sobre a origem e a disseminação do coronavírus”.
A ministra também afirma que a Suécia pretende questionar como a Organização Mundial da Saúde, bem como as comunidades internacionais, lidaram com a pandemia da Covid-19.
A situação política entre os dois países já vinha estremecida desde 2015, quando o governo Chinês prendeu um cidadão sueco que morava em Hong Kong que publicava livros com fortes críticas ao governo Chinês. Ele ficou preso por anos sem julgamento e em fevereiro deste ano a China informou que Gui Minhai renunciou voluntariamente à sua cidadania sueca, tendo sido condenado a 10 anos de prisão.
A Suécia considera que a condenação é ilegal e arbitrária e desde então, as disputas entre os dois países se acirraram com a interrupção de várias negociações e apoios mútuos.
Agora chegou a vez do Reino Unido manifestar-se publicamente sobre a necessidade de uma investigação independente sobre a origem e disseminação do vírus, depois de passada a crise.
Ao Le journal du Dimanche, Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia afirmou que:
“Com a China fomos um pouco ingênuos”.
Um consórcio formado pelos serviços de inteligência dos EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, o chamado Grupo dos Cinco Olhos pretende investigar se a China destruiu deliberadamente provas da Covid-19.
Segundo reportagem do jornal australiano Daily Telegraph, o Secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, disse que o regime chinês deverá “responder perguntas” quando o pior desta crise passar.
Enquanto isso, o serviço de inteligência norte-americano, por meio do diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos (DNI), Richard Grenell, anunciou que, neste momento, está descartada a possibilidade do vírus ter sido criado artificialmente ou modificado geneticamente, sendo um consenso na comunidade científica, mas que havia provas da ligação da disseminação do vírus com o laboratório de Virologia de Wuhan.
A investigação se concentra em duas hipóteses, numa suposta ação deliberada de algum indivíduo ou contágio acidental de algum animal no laboratório, infectando assim alguma pessoa ou funcionário.
No domingo, 03, o Presidente Donald Trump disse à rede Fox disse que, na opinião dele, o Instituto de Virologia de Wuhan “cometeu um erro, tentaram acobertá-lo, é como um incêndio” e garantiu que os EUA irão apresentar um relatório muito contundente sobre o que aconteceu de fato.
Parece que os países estão se unindo na tentativa de descobrir como essa pandemia teve início, apontando a necessidade de uma investigação internacional independente porque não confiam nas informações prestadas pelo governo chinês, principalmente porque há indícios claros que houve tentativa de encobrir fatos, pelo menos quando os primeiros contágios começaram.
Em verdade, o que esses países estão dizendo é que não confiam nos estudos feitos pela China, principalmente porque não permitiu apoio de nenhum outro país ou comunidade internacional, nem mesmo da OMS.
Inclusive, a própria Organização Mundial de Saúde, em comunicado feito pelo porta-voz da organização, Tarik Jasarevic, informou que pediu à China que a “convide” para participar das investigações sobre a origem animal do novo coronavírus.
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