Coronavírus na favela: seja o que Deus quiser. Confirmado primeiro caso no RJ


Infelizmente eis que surge o primeiro caso confirmado de coronavírus em uma favela do Brasil.

O caso foi confirmado no sábado, 21, na Cidade de Deus, Rio de Janeiro, como noticiou o Globo.

Esse acontecimento traz à tona a preocupação de um líder comunitário das favelas que alertou que o governo está ignorando os pobres diante da pandemia!

Esse líder é Gilson Rodrigues, um dos fundadores do G10 das Favelas: Heliópolis (SP), Paraisópolis (SP), Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ), Cidade de Deus (AM), Baixadas da Condor (PA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF).

O alerta dado por Gilson tem sérios e graves fundamentos pois, com a chegada do coronavírus em comunidades carentes, a tendência é a doença se espalhar rapidamente.

Nestas comunidades faltam recursos essenciais como saneamento básico, condições para isolamento e ações de desinfecção e higiene necessárias para a prevenção e a disseminação do novo coronavírus.

Além da Cidade de Deus, foram registrados novos casos em Madureira (1), Quintino (1) e Rio Comprido (1). O total de casos confirmados no município do Rio de Janeiro chega a 103.

A situação do Rio configura o que o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, havia expresso em Portaria publicada nesta sexta-feira, esclarecendo que, quando não é mais possível identificar com quem o ciclo do coronavírus começou,  já se trata de uma transmissão comunitária.

Em fevereiro, em entrevista à GloboNews, Mandetta se mostrou preocupado com a disseminação desse vírus na cidade do Rio, pelo fato de haver muitas concentrações comunitárias.

Na ocasião, o ministro declarou:

“O Rio é uma cidade mais condensada. Temos problema de distância e os espaços são menores. Além do que, há áreas de exclusão social, favelas, áreas de proximidade muito próximas às pessoas, de baixo saneamento e núcleos familiares extensos que vivem dentro de espaços apertados. Me preocupa bem mais.”

Falta d’água

Além de todos esse fatores destacados pelo líder do G10 e pelo Ministro da Saúde, nestes últimos dias, comunidades da cidade do Rio e dos municípios da Região Metropolitana e da Baixada Fluminense, ficaram sem água, um recurso de vital importância nesse momento, pois  é muito necessário para higiene básica e a prevenção do coronavírus, haja vista que uma das principais medidas preventivas é o ato de lavar as mãos.

Fica o alerta e a solicitação às autoridades públicas para que realizem ações específicas para estas comunidades pois, medidas de prevenção para conter o coronavírus, sem os recursos básicos necessários, são impraticáveis!

Por isso a população se apega ao lado místico e espiritual da situação, esperando que seja o que Deus quiser.

Tristeza!

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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