Vaquinha para ajudar a ciência brasileira a combater a doença de Chagas


Está difícil fazer ciência no Brasil. É preciso muita força de vontade e, agora, criatividade para pensar em saídas para enfrentar o aceno do governo federal com o decreto da “morte” da ciência no país.

O governo federal anunciou o corte de 42,27% do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), informa A Hora do Povo. De acordo com as entidades científicas Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino (Andifes), o corte “inviabiliza o desenvolvimento científico e tecnológico do País”.

O decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em 29 de março cortou R$ 36 bilhões em despesas que incluem custeio e investimento do Orçamento da União. Um bloqueio que, para o orçamento do MCTIC, foi de R$ 2,158 bilhões.

18 anos e um projeto premiado

Muitos cientistas brasileiros já sentem a real dificuldade em seguir com as suas pesquisas. É o caso do jovem João Andrade, de 18 anos, que teve um projeto premiado e não tem apoio para divulgá-lo em uma evento interncional.

João fez um vídeo no Youtube para contar a história do seu projeto de pesquisa e, com isso, organizar uma vaquinha virtual. O jovem desenvolveu um projeto com o objetivo de, ajudando pequenos produtores de cana-de-açúcar, criar tratamento térmico eficiente e de baixo custo para conservar o caldo de cana. O caldo de cana é uma bebida que tem de ser consumida na hora e, com o método de tratamento térmico, foi possível mantê-la conservada por até 21 dias sem estragar.

Não bastasse isso, em uma das fases do projeto, o estudante e demais pesquisadores envolvidos, identificaram o aumento da doença de Chagas por via oral através do consumo de alimentos contaminados. Isso vem acontecendo devido ao fato de o Barbeiro liberar suas fezes contaminadas com Trypanosoma cruzi (protozoário causador da doença de chagas) na cana de açúcar ou até mesmo ser triturado junto no processo de produção do caldo de cana. Então, a equipe pensou: será que esse tratamento térmico no caldo de cana também poderia ser eficaz para inativar o protozoário Trypanosoma cruzi?

A resposta foi sim. O projeto já foi premiado em 25 feiras científicas nacionais, fazendo com que o jovem pesquisador fosse convidado a participar da ESI 2019 (Expo-Sciences International), em Abu Dhabi. Como os custos com a vida são muito elevados, João teve a ideia de fazer uma vaquinha para arrecadar R$ 10 mil para cobrir os seus gastos de viagem.

Vamos ajudar o João a representar o Brasil nesse importante evento científico internacional, já que o governo federal já cortou vários investimentos para a pesquisa brasileira, impedindo que tantos pesquisadores, como João, possam seguir fazendo ciência e divulgando o seu trabalho.

Aqui está o LINK com os dados para contribuir com o João. Vamos ajudá-lo a seguir com o seu projeto e divulgar a produção científica brasileira para o mundo.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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