Jornalismo de luto com a morte de Ricardo Boechat


Foi com muito pesar que o Brasil recebeu a notícia sobre a morte do jornalista Ricardo Boechat, decorrente de um acidente aéreo.

Boechat, de 66 anos, voltava de Campinas (SP), onde fora dar uma palestra, para a capital paulista em um helicóptero que caiu na rodovia Anhanguera, colidindo com um caminhão que transitava pela via, segundo o G1. O piloto da aeronave, Ronaldo Quattrucci, também morreu no acidente.

O jornalista era apresentador do Jornal da Band e radialista na BandNews, além de colunista da revista “Isto É”.

Boechat dedicou 49 anos de sua vida ao jornalismo, tendo iniciado a sua carreira, na década de 1970, no jornal “Diário de Notícias”. Passou, ainda, por “O Globo”, “Jornal do Brasil”, “O Estado de S. Paulo” e “O Dia”.

Durante onze anos integrou a equipe do “Bom dia Brasil”, na TV Globo, com colunista diário. Na mesma emissora, também trabalhou no “Jornal da Globo”.

Conhecido por suas críticas ácidas e pelo bom humor, Boeacht vinha sendo um jornalista importante na cobertura política recente do Brasil. Pela seriedade com que atuava em seu ofício, até mesmo os seus críticos o respeitavam.

A viúva de jornalista, Veruska Boechat, disse que:

“Meu marido era o ateu que mais praticava o mandamento mais importante de todos, que era o amor ao próximo, porque sempre se preocupou com todo mundo, sempre teve coragem. E é muito difícil fazer o que ele sempre tentou fazer. Então, com erros e acertos, como qualquer pessoa, mas tenho muito orgulho dele”.

Por ser um jornalista de um meio de comunicação tradicional, a sua perda tem sido sentida mais ainda, visto que o jornalismo mainstream é muito pouco crítico da realidade social.

O jornal El Pais, sobre a morte de Boechat, disse que:

“Sua morte repentina também parece ser simbólica da crise que atravessa a informação séria, essa que se nega a ser pura publicidade e se vê aprisionada pelas novas e turbulentas técnicas de comunicação onde é a cada dia mais difícil, como dizia Boechat, ‘distinguir a verdade da mentira’.“.

Boechat, até mesmo por trabalhar com rádio, tinha um alcance prodigioso com uma boa parte da sociedade, por conseguir aliar rigor profissional com uma linguagem acessível.

Por sua atuação profissional, ganhou três vezes o Prêmio Esso, um dos mais prestigiados do jornalismo brasileiro.

O velório do jornalista começou no fim da noite de ontem, no MIS, em São Paulo, com uma cerimônia restrita aos familiares e, no início da madrugada, foi aberto ao público, encerrando-se hoje, às 14h.

O corpo será cremado em uma cerimônia privada à família, hoje, às 16h, no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Fonte foto: Metropoles




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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