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É difícil mensurar algo que as pessoas têm vergonha de declarar. Poucas são aquelas que admitem ter algum grau de preconceito, seja ele racial, de gênero, orientação sexual, entre outros.
A maioria gosta de pensar que trata a todas as pessoas de modo igualitário, no entanto, na vida prática é bem fácil perceber que isso não é bem assim.
Pensando nessa dificuldade de comprovar isso, pesquisadores da Universidade de Harvard criaram, há duas décadas, o Teste de Associação Implícita (TAI), justamente para medir o grau de preconceito ímplicito.
Atualmente ele é usado em pesquisas do mundo inteiro e já foi realizado, só no site de Harvard, mais de 18 milhões de vezes.
O TAI funciona assim: você preenche alguns questionários sobre suas opiniões, inclinações e perfil e segue para a parte mais interessante do teste, que mostra diversas combinações de rostos de negros e brancos, e associações de palavras boas e ruins.
A grande “pegadinha” do TAI é que, enquanto você está fazendo as associações entre rostos negros e brancos, e palavras boas e ruins, há uma medição de velocidade do tempo que você demora para identificar os grupos.
É assim que eles chegam ao resultado. O teste mede várias formas de preconceito: seja ele de raça, tipo físico, orientação sexual, entre outras. Você escolhe qual grande descoberta sobre si mesmo quer fazer. No entanto, é bom ressaltar, apesar dos méritos, o TAI é alvo de algumas críticas.
Muitos garantem que se você fizer o TAI duas vezes vai obter resultados diferentes, mesmo que o espaço entre elas seja curto, de um dia para o outro, por exemplo. Isso faz o teste ter o que os especialistas chamam de “replicabilidade” baixa, ou seja, o TAI produz resultados diferentes para uma mesma medição.
Outra crítica é sobre a relação entre o teste e o comportamento. Não necessariamente uma pessoa que recebe o rótulo de “ligeiramente racista” terá um modo de agir equivalente.
Embora muita gente não admita, um dos exemplos de preconceito mais emblemático, que diz respeito à cor de pele, mostra que o racismo está mais presente do que a maioria gostaria.
No Brasil, por exemplo, reconhecidamente um país miscigenado, cerca de 75% das pessoas identificadas como brancas se casam com outras brancas, 69% dos pardos escolhem viver com pardos e 50% dos negros começam um casamento com pessoas negras, segundo dados do Censo 2010 do IBGE.
As denúncias relacionadas aos crimes de racismo e injúria racial cresceram 4,333,33%, entre 2014 e 2015 no Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos.
E esses dados são apenas recortes de um problema muito maior.
Embora exista dúvida sobre se é melhor ou pior que as pessoas saibam dos próprios preconceitos, obter essa informação talvez faça diferença para uma boa avaliação de si mesmo.
Por isso, que tal aproveitar a oportunidade e medir seu preconceito?
O teste está disponível AQUI.
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