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Há algo de errado na sociedade quando o seriado mais visto do Netflix, atualmente, é um que retrata a vida de uma jovem de 17 anos que comete suicídio.
O problema, evidentemente, não é o seriado, que tem muitos méritos, como quem assiste pode atestar. Mas sim a luz que lança sobre um fato que ninguém fala: todos os dias há pessoas tirando a própria vida, principalmente, os jovens, aqueles que deveriam estar no pico da vontade de viver. Toda essa temática sobre vida e morte vai longe e chega até às redes sociais, por meio de um jogo chamado Baleia Azul.
Imagine uma criança recebendo 50 instruções macabras via redes sociais, como se cortar, postar fotos assistindo filmes de terror, não falar com ninguém o dia inteiro e a última delas, cometer suicídio.
Pois esse é o jogo da Baleia Azul.
Originado na Rússia, chegou sinistramente ao Brasil e já fez vítimas fatais. Há um caso em Mato Grosso e outro em investigação na Paraíba. No entanto, como muitos sabem, o suicídio é um tema tabu na sociedade e dificilmente as pessoas sabem bem as estatísticas sobre ele. Isso por que há um medo do efeito Werther: uma notícia sobre o tema poderia influenciar pessoas a fazerem o mesmo. Por mais que ninguém queira falar, há momentos em que não é só necessário, é obrigatório. Como agora, com o Jogo da Baleia Azul.
Nas comunidades online, grupos secretos monitoram se o jovem que entrou para o jogo está cumprindo o “combinado”. Quem são essas pessoas que agem como “curadores” e quem são os jovens que entram nisso, ninguém sabe bem. O que se sabe é que esse jogo pode ter tirado a vida de cerca de 130 jovens até agora. Mas esse número não é oficial. Vale lembrar: esse é um assunto que não entra em estatísticas.
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Antes deste, e ainda em voga, há também o Chocking Game ou Jogo do Desmaio, que, assim como o Jogo da Baleia Azul, nasce em grupos virtuais que se desafiam mutuamente. No caso do Chocking Game a “tarefa” é diminuir a quantidade de sangue no cérebro, por meio de práticas como colocar um saco na cabeça, até desmaiar. Como é óbvio, essa prática é extremamente perigosa, tanto que já levou um jovem de 13 anos à morte. Esse caso, evidentemente, foi o que entrou nas estatísticas, pois devem existir muitos mais.
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Apesar do tabu, este tema precisa ser falado para que os pais e cuidadores saibam a importância de adotar medidas que evitem que jovens sejam seduzidos por jogos macabros, como estes.
Monitorar de perto, mas sem ser invasivo, o comportamento das crianças, conversar bastante, saber da vida, ajudá-las a praticarem atividades físicas e de recreação, estimular as amizades saudáveis e de “vida real” e ficar de olho em sintomas que possam indicar depressão podem ser importantes atitudes na prevenção de mais casos como estes.
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Vale também ficar de olho em belas iniciativas, como a do Centro de Valorização à Vida (CVV), que, em resposta ao Jogo da Baleia Azul, está promovendo o Jogo da Baleia Rosa, que propõe desafios e compartilhamentos “do bem” para incentivar as pessoas a se tratarem com respeito e amor e a ter a autoestima fortalecida.
Criado neste mês, já tem mais de 2 mil seguidores. Muitos jovens estão procurando ajuda por meio dessa iniciativa. Essa resposta positiva deve ser incentivada em casa e fora dela. Clique aqui para acessar o Jogo da Baleia Rosa.
Tratar os outros com respeito e empatia é um meio caminho para evitar que tanta gente queira tirar o bem mais precioso que possui: a vida.
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