Mal amadas? Mulheres obesas fazem mais sexo do que você imagina


Se você acha que só pessoas com “corpos deslumbrantes”, do tipo inalcancável, fazem sexo com regularidade, saiba que você está muito enganado. Embora a publicidade faça parecer que felicidade e corpos magros andam juntos, isso é um erro, inclusive, quando o assunto é sexo.

De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, publicado na revista científica NCBI, o apetite sexual de mulheres na faixa dos 30 anos aumenta na medida em que há o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC), índice que mede a proporção entre o peso e a altura de uma pessoa.

A pesquisa, além de calcular o IMC das 254 mulheres na faixa etária dos 30 anos, consistiu de um questionário que indagava as participantes sobre a frequência com que faziam sexo por semana: nunca, raramente, ocasionalmente, regularmente ou frequentemente. O resultado apontou para uma relação entre frequência sexual e maior peso corporal.

Segundos os dados, as mulheres com IMC médio de 32,7 kg/m2, que indica grau I de obesidade a partir dos 30 anos, relataram transar mais de três vezes por semana; aquelas com IMC médio de 28,5 kg/m2 relataram ter de duas a três transas semanalmente; já aquelas que menos transavam eram as mais magras, com IMC de 26,8 kg/m2.

Não é a primeira pesquisa que mostra que uma vida sexual ativa não tem nada a ver com padrões impostos de beleza. A Superinteressante divulgou, em 2015, uma pesquisa feita com 60 mil homens e mulheres heterossexuais que analisou as preferências amorosas de ambos os gêneros. A conclusão do estudo foi que existe uma relação direta entre o peso e a altura de cada pessoa e o número de parceiros sexuais.

Uma das surpresas dessa pesquisa foi a análise de biotipo favorito. Homens e mulheres mostraram não gostar de pessoas muito magras. Gordinhos e gordinhas se deram melhor na análise, em relação às pessoas muito magras.

Em 2008, a Superinteressante também publicou uma matéria sobre uma pesquisa feita na Universidade do Colorado que concluiu, após entrevistar 7 mil mulheres sobre seu comportamento sexual, que 92% das consideradas acima do peso afirmaram ter uma vida sexual ativa. Embora a pesquisa não pudesse averiguar se as participantes diziam a verdade, serviu de alerta para o fato de, nos Estados Unidos, a maioria dos casos de gravidez indesejada é registrada em mulheres acima do peso.

Corpo e mente saudáveis

Enfim, o que todas essas pesquisas revelam é que as pessoas podem e devem viver as suas vidas e serem felizes como acharem melhor, fora de padrões de beleza inatingíveis. Além disso, um padrão é um modelo que diz respeito à aparência de alguém, sem levar em conta quem ela é, quais são as suas preferências, como é o seu caráter etc. Existem muitas outras formas de beleza que um padrão não consegue (ainda bem!) encapsular. Tanto a magreza quanto a obesidade podem revelar um problema de saúde, mas, em muitos casos, trata-se apenas de um biotipo.

Cada um de nós tem um corpo diferente e não devemos nos aprisionar na ideia de alcançar um padrão que não e nunca será o nosso, como as campanhas publicitárias – a maioria destinada ao público feminino – tentam nos fazer crer. Não existe essa de corpo perfeito. Aliás, um corpo perfeito é aquele que é funcional para cada um de nós, que nos abriga e nos atende, e o qual devemos aprender a gostar e respeitar. O nosso e o dos outros.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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