Índice
Mais uma pesquisa revela que o Brasil está ficando mais desigual, embora nas duas últimas décadas o país tenha registrado muitos avanços no desenvolvimento humano. Mas, mesmo assim, o Relatório do Desenvolvimento Humano (RDH) 2016, lançado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), concluiu que o Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil (IDH) está estagnado desde 2014.
De acordo com o PNUD Brasil, o mundo registrou progressos importantes no campo do desenvolvimento humano, como, por exemplo, mulheres e grupos étnico-raciais terem se beneficiado com tais avanços. O documento, elaborado a partir de dados examinados em 2015, afirma que: “Não será possível alcançar o desenvolvimento humano se metade da humanidade é ignorada. A desigualdade de gênero e a falta do empoderamento das mulheres são um desafio ao progresso global em todas as regiões e grupos”.
O relatório informa que as estratégias e políticas de alcance para incluir populações marginalizadas estão organizadas em 4 eixos:
I) Piso de proteção social (políticas universais de saúde e educação; de assistência social, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada; benefícios previdenciários para grupos vulneráveis; inclusão financeira);
II) Políticas de ação afirmativa (para mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência entre outros grupos vulneráveis);
III) Desenvolvimento humano sustentável (para que choques, como recessões econômicas, epidemias, desastres naturais, não façam as pessoas voltarem à situação de pobreza);
IV) Participação e autonomia dos excluídos (efetivar os tratados de direitos humanos, garantir o acesso à justiça, promover inclusão, efetivar o direito à informação).
Uma forma apontada pelo relatório para dar mais oportunidades a todos os grupos é a regulação de investimentos e mercados mais justos, além de um sistema de migração mais humanitário e alterações na formação do Conselho de Segurança da ONU.
No Brasil, a renda per capita familiar era de R$ 793,87, em 2010. Além disso, há de se considerar as disparidades regionais, como, por exemplo, na cidade de São Caetano do Sul (SP), a renda ser R$ 2.043,00, enquanto em Marajá do Sena (MA) é de apenas R$ 96,25 (a menor do país). O reconhecimento dessa diferença abissal é importante para o país implementar políticas públicas nos locais onde elas são mais urgentes.
O Brasil está estagnado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no valor de 0,754, desde 2014.
No ranking mundial, o país ocupa a posição 79 entre 188 países. Na América do Sul, Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela estão na frente do Brasil, que ocupa a 5ª posição na região.
Analisando o período entre 1990-2015, os brasileiros ganharam 9,4 anos de expectativa de vida, tiveram a sua renda aumentada em 31,6%, na educação, a expectativa de anos de estudo de uma criança em idade escolar cresceu 3 anos, além de a média de anos de estudos de adultos com 25 anos ou mais ter subido 4 anos, segundo noticia a BBC.
Um dos fatores de regressão do Brasil é a renda per capita. A renda bruta per capita dos brasileiros caiu de US$ 14.858 para US$ 14.145. Entretanto, de acordo com o novo relatório, houve um leve aumento na esperança de vida da população, que passou de 74,5 para 74,7 anos.
A resposta do governo brasileiro, em nota, foi de que os dados da ONU “ilustram a severidade da crise da qual apenas agora o país vai saindo”.
Apesar dessa resposta do governo federal, sabemos que a melhora da qualidade de vida da população de um país se dá com a implementação de políticas públicas. Tanto que o próprio relatório considera que: “O desenvolvimento humano de todos não é um sonho. É um objetivo realizável”.
Tais políticas, segundo o relatório, devem aumentar oportunidades para as mulheres, garantir acesso à Justiça, promover proteção social e discriminação positiva para minorias e pessoas com necessidades especiais, além de programas específicos para lidar com as mudanças climáticas e crises sanitárias.
O IDH é calculado anualmente pela ONU para avaliar parâmetros de bem-estar das populações considerando fatores como: expectativa de vida, média de anos de estudo e renda nacional bruta per capita.
O PNUD informou à BBC Brasil que dados como esperança de vida, PIB e renda per capita levam um um longo período para serem analisados, já que eles mudam em função da evolução da população.
A ONU esclarece que: “Agências nacionais e internacionais revisam e aperfeiçoam permanentemente suas séries de dados. Os números relacionados ao desenvolvimento humano, incluindo os valores e rankings do IDH, não são comparáveis aos das edições anteriores”.
Especialmente indicado para você:
TRISTE BRASIL: O PAÍS MAIS ANSIOSO E DEPRESSIVO DA AMÉRICA LATINA
OS 8 MAIS RICOS ACUMULAM O QUE A METADE DA POPULAÇÃO MUNDIAL POSSUI
TRABALHO INFANTIL NO BRASIL CRESCE, DIZ ESTUDO
A ECONOMIA NEOLIBERAL MATA MAIS QUE TODOS OS EXÉRCITOS DO MUNDO
ASSINE NOSSA NEWSLETTER