Nova cédula no Reino Unido usa gordura animal e gera polêmica


Uma nova cédula já em circulação no Reino Unido tem despertado a atenção e causado muita polêmica entre as sociedades protetoras dos animais. A nova cédula, em teoria mais segura, conta com traços de gordura animal em forma de sebo.

A nota com valor de 5 libras apresenta o rosto de Winston Churchill estampado, grande líder político da história do Reino Unido.

Segundo o Banco da Inglaterra, o sebo presente nas notas as tornam mais resistentes, seguras e fortes. O objetivo, obviamente, é economizar.

Em termos técnicos, o sebo é gordura animal, tão logo deve ser extraído de um animal. Não é preciso ir muito longe para saber que é necessário que haja o abatimento do animal para que o seu sebo possa ser utilizado. Com a nova cédula, o Banco da Inglaterra alega claro apoio aos desenfreados maus-tratos aos animais.

Como se não bastasse, os planos do Banco da Inglaterra vão um pouco além do esperado. Em janeiro de 2017 uma nova cédula de 10 libras será lançada. Contará com a face de Jane Austen, famosa escritora e romancista que viveu entre 1775 e 1817.

O plano é que até 2020 mais cédulas sejam lançadas, todas utilizando sebo animal para garantir as supostas segurança e durabilidade. Após a cédula de 10 libras, está planejado o lançamento da nota de 20 libras com o rosto de JMW Turner, aclamado pintor da era romântica do Reino Unido.

Cédulas polêmicas

No entanto, ao contrário do que se esperava, a cédula com sebo animal não teve boa aceitação popular. Assim que entrou em circulação, uma petição online foi criada pelo britânico Doug Maw, numa tentativa de impedir que o Banco da Inglaterra prossiga com a desvairada impressão de cédulas com gordura animal. Até o momento, a petição já conta com mais de 120 mil assinaturas e a projeção é que chegue a 150 mil em pouco tempo.

Além de ser um escandalizante problema social e moral, a produção de cédulas com gordura animal (ou sebo) é uma afronta à vida e contra quem a defende. Além de vegetarianos e veganos, líderes religiosos de determinadas vertentes (como alguns hindus) demonstraram clara aversão à prática impensada do Banco da Inglaterra.

Não se conhece ao certo a origem do sebo que está sendo utilizado nas cédulas, mas sabe-se que tem origem na gordura animal. Isso significa que pode vir de bois, ovelhas, cavalos, porcos e diversos outros animais. Isso representa um retrocesso magistral na sociedade, tendo em vista toda a batalha travada até então pelos órgãos de proteção animal.

Hoje em dia, já se consideram inaceitáveis as atividades dos matadouros para prover carne de forma inescrupulosa e descontrolada para as prateleiras dos açougues e supermercados. Na questão das cédulas, a prática torna-se ainda mais inaceitável, uma vez que a morte dos animais está sendo utilizada unicamente para atender luxos e caprichos de uma instituição financeira, cujo único objetivo é lucrar.

Assim como defendem os veganos, vegetarianos e líderes religiosos, já é chegada a hora de acabar com o sofrimento animal. Toda e qualquer forma de vida deve ser respeitada. É triste, mas alguns só parecem entender a gravidade da situação ao se depararem visualmente com os cruéis métodos de abate praticados pelos abatedouros e indústria de produtos animais. Até então, basta torcer para que a petição vingue e consiga retirar de circulação as cédulas que são um símbolo do sofrimento animal, reflexo de uma sociedade ainda doente que tem muito a evoluir. O fim dos maus-tratos à toda forma de vida deve acontecer imediatamente.

Assina a petição aqui!

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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