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A participação de mulheres nas Olimpíadas, que no passado sequer era permitida, hoje, na Rio 2016, é a maior de todos os tempos. Além deste fato inédito, nestes Jogos Olímpicos, as mulheres brilharam mais do que nunca. Veja porque estas foram (e ainda estão sendo) as Olimpíadas delas!
As mulheres só puderam participar nas Olimpíadas a partir dos Jogos Olímpicos de Paris, em 1900, mas eram apenas 22 atletas competindo nas modalidades tênis, vela, críquete, hipismo e golfe. Esse número representava 2,21 % do total de competidores da edição. Hoje, são 5.180 as atletas mulheres que participam em todas as modalidades olímpicas, sendo que duas delas são exclusivamente femininas: o nado sincronizado e a ginástica rítmica. Percentualmente, elas são 45, 29% do total de atletas.
Judoca brasileira, Rafaela Silva foi vítima de racismo por ser negra. Ganhou a primeira medalha de ouro para o Brasil nos Jogos do Rio após vencer a sua mais dura batalha: o preconceito. Foi alvo de muitas críticas nos Jogos de Londres, em 2012, após ser derrotada no tatame, e foi, também, de insultos.
A principal jogadora do futebol feminino do Brasil levou o esporte mais amado do país, em sua modalidade masculina, a ser conhecido, respeitado e amado em sua versão feminina.
Ela e suas demais companheiras de quadra jogam duro para terem o reconhecimento que é dispensado aos jogadores homens. As jogadoras, que tiveram uma participação muito mais emocionante do que a demonstrada pelos homens, ganharam nesta edição o carinho e a empolgação da torcida.
A ginasta ucraniana Oksana Chusovitina é recorde, sendo a ginasta mais velha, 41 anos, em competição na sua modalidade. A atleta já competiu nos Jogos Olímpicos de Sydney, Barcelona, Atenas, Pequim, Atlanta e Londres. Oksana tornou-se técnica do Uzbequistão, porém voltou a competir nos Jogos do Rio para poder pagar o tratamento de saúde do filho, Alisher, em uma clara demonstração de amor e superação pessoal.
O primeiro ouro para o Kosovo veio da judoca Majlinda Kelmendi na categoria meio-leve. O país foi reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional somente em 2014, antes a atleta que representava a Albânia era somente lagrimas de emoção por ter representado e dado uma medalha ao seu verdadeiro país.
A nadadora brasileira Joanna Maranhão enfrentou uma dura batalha: superar o abuso sexual de um treinador na infância e ainda converter-se em uma atleta olímpica.
Ela foi agredida nas redes sociais, onde a acusaram de ter se aproveitado do estupro que sofreu para se promover. Ela não só prestou queixas à Justiça como vai usar, caso ganhe a ação judicial, o dinheiro que receberá para doá-lo para ações de combate à pedofilia.
Transsexual, Lea T veio à frente da delegação brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos. Ela mostrou a marca do Brasil: a diversidade. Segundo Lea, o Brasil precisa ser representado em sua diversidade em um evento como esse. Foi por esse o motivo que ela aceitou o desafio de mostrar para o mundo a cara do Brasil.
Uma imagem marcante nesses Jogos Olímpicos mostrou as duas jogadores de vôlei de praia, Doaa Elghobashy e Nada Meawad, em uma disputa com as jogadoras alemãs Kira Walkenhorst e Laura Ludwig, na qual trajavam o hijab, o véu islâmico.
O vestuário delas contrastou com o habitual uniforme das jogadores dos demais países, mas o maior destaque é que as duas são as primeiras a competir no vôlei de praia pelo Egito.
Elghobashy diz que usa o hijab há dez anos e que ele não o impede de fazer as coisas que mais ama, dentre elas jogar vôlei de praia.
As jogadoras não só superaram o preconceito de gênero, como também o cultural.
Simones Biles, ginasta estadunidense, talvez tenha sido a mulher que mais chamou atenção nos Jogos Rio 2016. Considerada um fenômeno pela sua atuação impecável, a ginasta de 19 anos conseguiu fazer as provas mais difíceis obtendo um resultado impressionante. Simone chegou a batizar um movimento com o seu nome no solo, o “The Biles”: uma dupla cambalhota de costas com o corpo totalmente estendido, seguindo de um meio twist e de uma aterrisagem às cegas. Além desta excepcionalidade, a sua história de vida também diz muito sobre o esporte, a superação. Simone foi abandonada pela sua mãe alcoólatra e toxicodependente quando era ainda muito pequena.
Yusra Mardini ficou conhecida no mundo inteiro por sua garra e determinação. A atleta, integrante da Delegação dos Refugiados, nadou por horas a fio puxando o barco em que ela e outras pessoas viram afundar, escapando da guerra na Síria. A atleta salvou muitas vidas e venceu a medalha da força maior, a de ter esperança e conseguir viver não obstante tudo.
Todas essas mulheres são campeãs nas Olimpíadas, mesmo as que não ganharam medalhas, pois são campeãs também na vida.
DANIELE, FLÁVIA E MARTA – GUERREIRAS BRASILEIRAS, COM OU SEM MEDALHAS
OLIMPÍADAS DE EXCLUSÃO E VIOLÊNCIA
Fonte foto: Leonard Zhukovsky / Shutterstock.com
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