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Os números ainda podem ser maiores mas por ora, 50 pessoas foram mortas, 53 estão feridas: gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, simpatizantes, pessoas que estavam apenas se divertindo em um mundo dominado pelo ódio e pela intolerância.
Provavelmente os dois, pois uma coisa pode tranquilamente não excluir a outra no crime que ocorreu ontem, em Orlando, EUA. O suspeito pelo ataque é Omar Mateen, 29 anos, filho de pais nascidos no Afeganistão, país que criminaliza o homossexualismo.
Por discriminação, homofobia, somente no ano passado, 318 homossexuais foram mortos no Brasil, um dos países mais homofóbicos do mundo embora a “prática homossexual” não seja criminalizada por aqui. Sim, porque existem mais de 70 países que criminalizam a homossexualidade inclusive com pena de morte.
Temos tanto que evoluir como humanos, vejam bem, como pode o animal racional que somos, ainda achar que a mulher vale menos e por isso a nossa luta atual é acabar com a “cultura do estupro“? Também temos que acabar com a homofobia porque achamos feio duas pessoas do mesmo sexo se amarem, se casarem, se beijarem? Com o racismo e com a intolerância, idem! Por que nosso cérebro evoluído é incapaz de aceitar as diferenças? Inclusive de opinião?
E atenção, homofobia não é apenas praticar violência contra os gays. É rir, fazer piadinha do homem com jeito efeminado (que às vezes nem gay é!) é dar apelidos de mau gosto, preconceituosos com a mulher não efeminada (por que decidimos que mulheres têm que usar batom e salto alto?). É não deixar o menino fazer ballet clássico porque é coisa de gay (santa ignorância!); é não deixar o menino cozinhar porque é coisa de gay (santa ignorância 2); é não deixar que menino brinque de boneca nem menina de carrinho (santa ignorância 3). É tanta ignorância que nem dá para contar. Ignorância sim por dois motivos, ninguém é gay porque cozinha, dança ou brinca de carrinho mas o cúmulo da ignorância é achar que ser gay é errado, imoral, uma aberração, quando o homossexualismo é normalíssimo na natureza, aliás do ponto de vista evolutivo se poderia dizer que é até necessário!
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Nós brasileiros, infelizmente, apesar de parecermos tolerantes pois nossos gays estão em nossas novelas, em nossa cultura, figuram pessoas simpáticas e queridas, somos provavelmente do país que mais comete assassinato e violência contra estes seres humanos.
Com todas essas regras de inclusão e exclusão que criamos para nossa infelicidade, vivermos em um mundo de intolerância onde, na pior das hipóteses, explode-se um massacre como este em Orlando, que nos envergonha como seres racionais que somos, ou deveríamos ser. E, na “melhor” das hipóteses criamos essa exclusão social a que submetemos nossos gays desde crianças, preferindo muitas vezes o macho estuprador ao macho efeminado e assim por diante.
Pra quê tudo isso?
Que a morte destes inocentes nos sirva para uma reflexão séria: que tipo de pessoa queremos ser?
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