Mais de 45 milhões de pessoas no mundo vivem em condição de escravidão


Muitos acreditam que a escravidão é algo do passado. Entretanto, essa prática desumana de exploração ocorre até hoje, de forma renovada.

Estima-se que cerca de 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas da escravidão moderna, segundo divulgado ontem (30) pelo Índice de Escravidão Global 2016, da Fundação Walk Free.

De acordo com o relatório da entidade, a Ásia é a região do planeta onde há os maiores índices de escravidão. 58% das pessoas em situação de escravidão vivem em apenas cinco países: Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão. Já os países com a maior proporção de população em condições de escravidão são a Coreia do Norte, o Uzbequistão, o Camboja e a Índia.

O que é a escravidão moderna?

A escravidão moderna é uma prática de dominação pela qual uma pessoa controla a outra cerceando a sua liberdade individual com a intenção de explorá-la. Existem várias formas de escravidão moderna: o tráfico de pessoas, o trabalho infantil, a exploração sexual, o recrutamento de pessoas para conflitos armados e o trabalho forçado em condições degradantes, com extensas jornadas, sob coerção, violência, ameaça ou dívida fraudulenta.

Embora seja difícil verificar as informações sobre a Coreia do Norte, por ser um país fechado politicamente, existem evidências de que os seus cidadãos são explorados pelo próprio Estado a realizar trabalhos forçados. No Uzbequistão acontece algo parecido. Apesar de algumas medidas de combate à escravidão terem sido implementadas na indústria do algodão, o governo força o trabalho na colheita.

No Camboja, a exploração sexual e a mendicância forçada destacam a existência de escravidão moderna na indústria, agricultura, construção e no trabalho doméstico. Na Índia, 18,3 milhões de pessoas estão em condição de escravidão. Embora o governo tenha implementado políticas de combate à vulnerabilidade social, as pesquisas apontam que a exploração no trabalho doméstico, na construção, agricultura, pesca, trabalhos manuais e indústria do sexo são preocupantes.

Aqui no Brasil a realidade sobore o trabalho escravo também preocupa. Em fevereiro deste ano, o país teve que responder na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) uma ação movida contra o Estado brasileiro por omissão no combate ao trabalho escravo, devido a casos de escravidão ocorridos na fazenda Brasil Verde, no Pará, após uma denúncia da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) de que o Brasil não tomou as devidas providências para evitar a exploração dos trabalhadores da fazenda entre os anos de 1988 e 2000, além de não punir os donos da Brasil Verde.

A luta pelo fim da escravidão moderna é longa, mas precisa ser feita. Políticas de Estado precisam ser implementadas para diminuir a vulnerabilidade da população mais pobre, além da promoção de uma mudança cultural de que ninguém é propriedade de ninguém.

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Fonte: ebc




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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