Brasília pode ter uma Biblioteca da Diversidade


A capital federal pode ser sede da primeira Biblioteca da Diversidade do Brasil, um espaço destinado à discussão sobre intolerância sexual e religiosa.

Para arrecadar fundos para a construção da biblioteca, 12 bibliotecários e estudantes ficaram, voluntariamente, nus para um calendário.

A ideia do calendário partiu do servidor público Cristian Santos, que afirma que a intenção do projeto é, também, quebrar estereótipos. “Tinha que fazer algo que sensibilizasse as pessoas para a causa e pudesse realizar doações. Escolhi homens para quebrar o estereótipo que existe no próprio meio de que apenas mulheres trabalham na área”, diz.

Os 300 calendários, que custa R$ 50 cada, já foram quase todos vendidos e tiveram publicidade em países como França, México, Chile e Colômbia.

A importância do espaço é motivada por crimes de homofobia e intolerância sexual, que faz de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros vítimas no Brasil. A cada 28 horas, um homosexual é assassinado no país.

Pesquisadores sobre a temática LGBT já se ofereceram para levantar um acervo sobre gênero no Brasil. “Eles ofereceram obras e também acharam interessante a ideia de se pesquisar sobre assunto no Brasil. Além disso, teve gente que também se ofereceu para posar para um eventual calendário 2017”, segundo Cristian.

A Biblioteca da Diversidade não visa, apenas, a atender o público GLBT, mas também pretender ser um espaço para contemplar religiões vítimas de preconceito, como as de matriz africana. Além de a comunidade GLBT ser vítima de preconceito e violência, terreiros de umbanda e candombé sofrem ameaças e invasões.

De acordo com Cristian, a intenção da iniciativa é arrecadar R$ 2 milhões para a compra de um espaço na Asa Sul, em Brasília. “No momento, tudo funciona na minha casa. Mas queria um espaço com café e toda infraestrutura”.

O projeto nasceu da própria experiência do ex-estudante da UnB, que conta um dia ter presenciado uma cena que o chocou: uma menina lésbica pegou um romance GLBT. Segundo ele, a bibliotecária fez caras e bocas. Tudo o que o servidor público deseja “é um espaço para que isso não aconteça”.

Só a educação pode nos salvar do preconceito. Deveríamos seguir o exemplo holandês, onde sexo se aprende no jardim de infância, vocês não acham?

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Fonte e foto: sol




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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