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Recentemente a atriz global Thais Araújo sofreu um ato de injúria racial na internet. Felizmente, a ação da atriz não foi de “deixar pra lá” e ela acionou os órgãos competentes exigindo punição. Infelizmente, às vezes parece que as punições contra o racismo virtual só acontecem quando celebridades estão envolvidas. Por conta da impunidade, existem outras frentes que tentam diminuir o racismo na web. Entre elas uma campanha contra o racismo virtual que chega ao Rio de Janeiro com a exposição de postagens racistas em um outdoor na Avenida Brasil. Seu propósito é causar um impacto na população sobre os efeitos dessas atitudes de racismo por parte da população.
Este é o slogan da campanha promovida pela ONG Criola, uma organização da sociedade civil, atuante na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras.
A injúria racial está prevista no Artigo 140, Parágrafo 3º, do Código Penal, com pena prevista de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la. De acordo com o dispositivo, injuriar seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Levar a ofensa racial para o mundo real, onde os “corajosos” e as “corajosas” da internet desaparecem da web e vão parar em peças de mídia externa, como os outdoors, com suas identidades preservadas. As injúrias raciais são assim expostas para que a população se conscientize e, quem sabe, fique com vergonha dos absurdos que surgem (e que se pratica) na internet, lugar onde o preconceito não tem limites e vem à tona por causa da cor da pele, da escolha do time de futebol, das ideologias políticas e por tantos outros motivos.
Jurema Werneck, fundadora da ONG Criola, falou sobre a campanha e o racismo virtual:
“É crime e precisa ser visto, conhecido e combatido”, falando sobre o racismo virtual. “Não é possível ignorar esses ataques e achar que não haverá consequências para os ofensores. Racismo é crime segundo a Constituição brasileira e, no caso dos insultos na internet, independentemente de terem sido direcionados a uma pessoa conhecida ou não, os agressores infringiram a lei e, pior, a honra e dignidade das mulheres negras. A campanha visa expor essas situações e fazer com que a sociedade se posicione contra esse retrocesso.”, conclui.
Jaciana Melquíades, integrante do coletivo Black Power, já sentiu na pele o preconceito racial. Após um simples compartilhamento de imagem no Facebook, ela teve seus cabelos caracolados e crespos insultados por um agressor.
“O meu tipo de cabelo é um tipo que não cai e não balança no vento porque é um cabelo crespo. Quando alguém faz esse tipo de comentário a partir de uma característica física minha, é racismo. Dentro do coletivo, infelizmente, nós tivemos outros casos. Sempre ridicularizam da imagem e das características.”
Se você souber de algum caso de racismo virtual, entre em contato com a Central de Denúncias de Crimes Cibernéticos, única na América Latina e Caribe, e que recebe mais de 2.500 denúncias por dia de todos os tipos de preconceitos. Desde crimes de racismo, pornografia infantil ou pedofilia, neonazismo, intolerância religiosa, apologia e incitação a crimes contra a vida, homofobia e maus tratos contra os animais. Denuncie!
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Fonte foto:freeimages
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