Só em 2014, até o mês de setembro, foram 36 casos de suicídio entre os Guarani-kaiowá, conforme noticiado por The New York Times. Desde 2004, foram aproximadamente 500 casos, de acordo com dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), ligada ao Ministério da Saúde.
Em comparação com outros grupos étnicos, os indígenas têm os maiores índices de suicídio em todo o mundo. Isso se verifica tanto entre os aborígenes australianos, quanto entre indígenas norte-americanos e também brasileiros.
No Brasil, o índice de suicídio entre indígenas é 6 vezes maior do que a média nacional. De acordo como Mapa da Violência elaborado com dados do Ministério da Saúde (2012), a média nacional é de 5,3 suicídios por 100.000 pessoas ao ano. Entre a população indígena em geral chega a 30 por 100.000 pessoas, e entre os Guarani-kaiowá a mais de 60 a cada 100.000 pessoas.
Os povos guaranis eram dos mais numerosos quando da chegada dos europeus ao Brasil. Estima-se que tivessem uma população entre 1,5 e 2 milhões de pessoas.
Com o processo de colonização e ocupação pelos europeus, a maior parte das terras antes ocupada pelos povos guaranis passou a ser utilizada por agricultores e pecuaristas.
A partir da promulgação da Constituição de 1988, com a intensificação da demarcação de terras indígenas, intensificou-se também o conflito fundiário, já que muitas das terras tradicionalmente ocupadas pelos Guarani-kaiowá passaram a ser ocupadas por agricultores e pecuaristas há algumas gerações.
Nesse contexto, diversos motivos, tais como o confinamento em reservas, falta de terras, alto índice de alcoolismo e uso de drogas, perda de identidade cultural, desemprego, pobreza extrema, falta de perspectiva, são atribuídos ao alto índice de suicídio, principalmente entre os jovens, como mostra este vídeo produzido pela ONU WebTV.
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Fonte foto: Jornal O Expresso via Google Images
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