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Uma escravidão contemporânea. Assim pode ser definida a questão dos refugiados e do tráfico de pessoas no mundo, um mercado que negocia com a vida humana e acaba transformando centenas de milhares de pessoas em subempregados ou escravos sexuais em terras estrangeiras.
É um mercado que gera, segundo estimativas, 32 bilhões de dólares. E acaba com 2.4 milhões de vidas humanas.
A Itália, por exemplo, é um país que recebe uma série de refugiados seja da África, da Europa Oriental ou da Ásia, vítimas do tráfico humano, a todo momento. Regiões como Turim e Lampedusa são duas entre as mais visadas pelos refugiados, que fogem de situações de extrema pobreza ou de conflitos em larga escala e desejam uma vida melhor. Nesse processo, acabam se tornando vítima de traficantes.
Ao chegar no novo país, percebem que contraíram uma dívida – em geral, superfaturada – pela viagem que foi oferecida pelo traficante, e são pressionadas a pagar, custe o que custar. As pessoas que tentam fugir, acabam sendo presas no novo país, por não terem documentos ou estar irregulares.
As próprias autoridades italianas, muitas vezes, prendem essas pessoas por variados motivos, sem interrogá-las de maneira justa e correta, o que não os leva à desmascarar traficantes, gerando outras situações sociais graves, e as vítimas não podem ser protegidas. Assim, as pessoas saem de suas “embarcações” em condições sub-humanas, e vão para locais de detenção.
Entretanto, quando se consegue superar a barreira da invisibilidade e as autoridades policiais conseguem descobrir vítimas desse comércio monstruoso, há a possibilidade de se chegar mais perto da condenação dos exploradores. A Itália é um dos países europeus com legislação mais consistente e completa sobre escravidão.
Uma enorme tragédia teve de ocorrer para que fosse feito algo a respeito dos refugiados. Ocorrida em 3 de outubro de 2013, 368 pessoas morreram após ter feito uma travessia de barco para Lampedusa; depois mais 232 pessoas morreram em situação parecida. A população italiana se mobilizou e a marinha montou uma missão para resgatá-los.
Começou aí uma nova fase de constatação desse problema tão grave, que envolve tráfico de pessoas e escravidão.
Um casal de italianos decidiu fazer a diferença neste cenário. Despertados por uma situação chocante – quando viram um corpo boiando no mar e posteriormente descoberto se tratar de um imigrante que tentava fazer a travessia – e mobilizados pelo clamor do Papa Francisco para que as pessoas de mais posse fizessem algo para mudar a vida dos desvalidos – compraram um grande barco, dotado de botes salva-vidas e drones sofisticados, a fim de ajudar pessoas que estejam tentando entrar na Europa de barco.
Muito embora a, dita, escravidão transatlântica seja algo do século XIX, outras formas de escravidão são verificadas ainda hoje, no século XXI, como essas, que atingem a Itália e outros países europeus – a questão do trabalho em condições análogas à escravidão no Brasil. Triste!
Muitas pessoas ainda pensam que refugiados são bandidos e ou pessoas de mau caráter. Mas a verdade é que são pessoas que tiveram que sair de seu país de origem por serem perseguidas por motivos de raça, religião, opinião política, orientação sexual, nacionalidade ou associação a determinado grupo social. Por isso é muito louvável a iniciativa do casal italiano.
Se te interessa saber mais sobre os refugiados, visite o site da ACNUR: Agência da ONU para Refugiados, clicando aqui.
Fonte foto: nation.com.pk
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