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A mídia apenas reflete a realidade da sociedade como ela é, ou influencia quem somos e como pensamos?
Indo além: a mídia deveria se apegar ao princípio de formar uma sociedade para melhor e não apenas servir de espelho para a desigualdade. Com isso, deve parar de tentar ser imparcial, mas sim servir como facilitadora de transformações sociais positivas. A afirmação é parte das conclusões obtidas em um evento chamado “Mirrors or Movers Conference”, realizado na capital inglesa, no mês passado. A ocasião reuniu diversos jornalistas e especialistas em mídia, para debater o verdadeiro papel da mídia na sociedade.
O que vemos hoje é a mídia sempre tentando apontar os problemas existentes, em vez de investir em expor a solução para os mesmos. Isso ocorre com as mais variadas áreas, de política à igualdade de gênero.
As formas de “modelar” a sociedade trazidas pela mídia são múltiplas: questionando, fazendo campanhas, inspirando, silenciando ou amplificando algumas vozes, e normalizando o discurso.
Então a mídia fica em um ponto de tensão: ou se apega à imparcialidade falaciosa, ou promove uma mudança de comportamento, em direção à uma sociedade mais justa e igualitária. Por exemplo, ao informar sobre a diferença de gênero: será que a mídia deve reproduzir os valores correntes? Ou deve utilizar sua influência na luta por um equilíbrio? A impressão que se tem, é a de que só homens sabem algo sobre tudo. Então se houver apenas 7 em cada 100 profissionais de engenharia do sexo feminino, a obrigação da mídia seria justamente procurar onde se encontram tais pessoas para representá-las. Essa mudança de foco poderia ajudar mais no combate à diferença de gênero, do que a informação numérica sobre estas diferenças, pois mostraria as possibilidades de mudança, dando, ao mesmo, inspiração para mudar.
Mesmo que a mudança não possa surgir da mídia de massa, como vemos hoje, as mídias sociais podem ter muito impacto e relevância, quando trazem debates importantes à tona. O debate da mídia social se torna notícia, as hashtags e trending topics que se espalham pela rede, ganham relevância e dão um parâmetro real sobre o que está sendo importante em uma determinada sociedade em um determinado momento.
O que se deseja, conforme o debate, não é que a mídia deixe de apontar as desigualdades e injustiças do mundo, de uma forma imparcial como seria proposto pela deontologia jornalística. Mas sim que se deixasse de lado o espelhamento duro desses temas, em seus próprios termos, sem qualquer crítica ou tentativa de melhorar o quadro.
Nós gostamos deste debate, pois acreditamos no papel da mídia para a construção de um mundo mais justo e igualitário que parte do respeito ao meio ambiente.
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Fonte: positivenews.org.uk
Fonte foto: freeimages.com
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