Uma cidade sem desemprego, onde a crise não existe


Marinaleda, na Espanha, responde à crise econômica mundial com um novo modelo de vida baseado na colaboração, na solidariedade e na simplicidade.

No coração da Andaluzia, exatamente ao centro do quadrilátero formado por Sevilha, Córdoba, Granada e Málaga, existe uma pequena cidade chamada Marinaleda, onde acontecem coisas extraordinárias.

Justamente na região espanhola mais afetada pela crise, a Andaluzia, a taxa de desemprego é 0%.

Nos anos 80 iniciou-se em Marinaleda uma longa luta dos camponeses pela conquista de terras de propriedade de latifundiários. Depois de uma dura batalha, os trabalhadores rurais ganharam as terras.

Em 1991 os 1.200 hectares de um duque (El Humoso) foram cedidos à prefeitura de Marinaleda para que fossem entregues à população mais necessitada.

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fonte foto: gerhard-brand.de

Hoje, os 70% da população local trabalha para a Cooperativa Humar- Marinaleda SCA, criada pelos mesmos trabalhadores rurais, para administração das terras conquistadas. O objetivo da Cooperativa é a criação de postos de trabalho com a venda de produtos agrícola saudáveis e de qualidade.

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fonte foto: gerhard-brand.de

Em Marinaleda a terra é trabalhada de maneira ecológica e ecossustentável.Todos podem trabalhar na cooperativa e todos recebem o mesmo salário: 1.200 euros ao mês. Assim enquanto na Andaluzia a taxa de desemprego gira em torno dos 30%, em Marinaleda todo mundo tem trabalho na produção agrícola que alimenta a população espanhola e de outros países europeus.

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fonte foto: spain-holiday.com

Além disso, comprar uma casa em Marinaleda custa 15,52 euros ao mês pois a prefeitura fornece a quem precisa o terreno para construir casa dando assistência e ajuda para a sua realização.

O sistema de bem-estar permite aos cidadãos construir uma casa de 90 m com uma entrada de 15 euros. Não há empréstimo nem tampouco juros ou taxas. O governo empresta o dinheiro e o cidadão vai pagando 15 euros por mês. Basta colocar à disposição a própria força de trabalho.

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fonte foto: abacq.org

O sistema educacional também funciona com um valor simbólico, mas não grátis: 12 euros por mês para pagar a refeição, 3 euros para pagar a piscina no verão e a manutenção dos espaços públicos são todas feitas pelos próprios cidadãos nos chamados domingos vermelhos onde todos arregaçam as mangas para colocarem as mãos às obras e limparem ruas, escolas e praças.

O prefeito e os assessores não recebem salários. A policia não existe e precisa dizer que nem o crime existe?

E o que faltou dizer? Um outro mundo é possível!

Fonte foto capa: miradasporeldesarrollo.wordpress.com




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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