Estamos acostumados a passar a vida toda, ou grande parte dela, acreditando que “tempo é dinheiro” ou que devemos “ter tudo do bom e do melhor“, “Deus ajuda quem cedo madruga” e assim batalhamos a vida toda a fim de conquistarmos aqueles bens que nos assegurariam uma vida tranquila, sossegada e confortável. Certo? Errado, e se você se deparar com histórias de pessoas que largaram emprego e regalias em nome da simplicidade?
Não se trata de um movimento, mas um fenômeno sem causa e regras, a filosofia de vida minimalista. Homens e mulheres, de diferentes idades, se desprenderam dos velhos conceitos cada vez mais impostos à sociedade e optaram por uma vida simples.
Assim como os estudantes de economia Zach Ingrasci e Chris Temple, que decidiram viver por um tempo com apenas US$1, porque queriam vivenciar o que cerca de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo vive, estudantes da Universidade de Claremont McKenna, na Califórnia, largaram a vida “normal” que levavam e partiram para aldeia de Pena Blanca, na Guatemala, junto com Sean Leonard e Ryan Christoffersen – que ajudaram a documentar a experiência em um filme – onde passaram 56 dias, com 56 dólares cada um. Os 224 dólares, ao todo, serviram para comprar lenha, papel higiênico, arroz, feijão e outros tipos de mantimentos – bem como roupa quente, tenda de dormir – e para dar uma ajuda ao microcrédito a que recorreram para criar o próprio cultivo. O objetivo da experiência, vivenciada pelos quatro, é que o relato feito por eles, chegue como filme (Living on One Dollar) às pessoas que não fazem ideia de como é viver com quase nada.
Assim como os estudantes, vários americanos repensaram o conceito de morar bem e optam por viver em microcasas, atraídos pelo menor impacto ambiental ou pela maior liberdade, vivem, hoje, em pequenos espaços, deixando de lado o excesso e valorizando o essencial.
Mas além desses, existem vários outros exemplos de pessoas que aderiram à vida minimalista. A ex-professora e psicoterapeuta alemã, Heidemarie Schwermer, por exemplo, optou por se desapegar ao dinheiro e permanecer nos grandes centros urbanos. Em 1996, Heidemarie decidiu viver um ano sem dinheiro, passado o período com êxito, se propôs a esticá-lo por mais 12 meses até prorrogá-lo indefinidamente. Para conseguir o que precisava, a ex-professora costumava permutar coisas, depois passou a doar tudo o que tinha, das roupas à casa, e restringiu todos os seus pertences a uma maleta. Da troca surgiu um novo meio de sustento: “dou o que quero dar, e me dão o que eu preciso”, assim supria suas necessidades básicas.
Mas tudo bem, não precisa se abdicar de tudo! Nesta busca por uma vida minimalista, é possível encontrar discípulos menos radicais e mais próximos também, como o Guilherme Moreira da Silva, 56 anos, que nascido e criado em Belo Horizonte, há 30 anos se mudou para São Sebastião das Águas Claras, mais conhecida como Macacos, na grande BH. Formado em arquitetura e especializado em paisagismo, ele morou na Espanha por um ano, mas foi em Macacos, em um sítio em meio à natureza, que Guilherme encontrou a cura para sua bronquite. Hoje, o ex-arquiteto trabalha com produtos naturais, vende pães integrais e come tudo o que planta. Como bens materiais possui apenas uma televisão – que de vez em quando é ligada – e uma caminhonete que auxilia seu trabalho.
Como não se inspirar nessas histórias e nos perguntarmos, do quê e quanto precisamos para viver? Mais do que nunca o momento é de aceitar que “menos é mais” e para isso vale a pena rever nossos conceitos engessados no consumismo e irmos em busca do nosso desapego por uma vida mais simples, tranquila e saudável.
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Fonte foto: freeimages.com
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