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Nos últimos cinco anos, no mundo ocidental, a política tornou-se um vale-tudo da espécie “show de horrores”. Surgiram em vários países partidos e políticos colocando-se como externos ao mainstream político para, na verdade, favorecerem a si próprios e aos seus grupos de interesse.
Isso significou, na prática, a propagação de discursos de ódio, sobretudo direcionados a grupos minoritários, e a ausência de políticas públicas que abrangessem a maioria da população.
É possível que a crista desses últimos cinco anos de baixíssimo nível na política, em geral, esteja abaixando por puro cansaço das pessoas em viver num cenário beligerante ou por que a pandemia do novo coronavírus pode ter tido algum impacto – ainda que mínimo – nas sensibilidades coletivas.
Ainda não dá para saber o que está acontecendo, mas as eleições que ocorreram este ano em países americanos mostraram que uma parcela relevante das suas populações querem mudanças mais inclusivas.
Mostramos aqui no greenMe como a recente eleição nos Estados Unidos, ainda que muito polarizada, favoreceu um candidato mais moderado, Joe Biden, e o aumento do número de deputadas e deputados com compromissos assumidos com as minorias que representam: mulheres, LGTQIA+, negros, latinos, etc.
A Bolívia, que passou por uma crise política institucional que levou o então presidente Evo Morales a renunciar ao seu mandato, acaba de decidir pela permanência do projeto que vinha incluindo os povos indígenas e as mulheres nas políticas públicas do país.
As eleições para prefeito e vereadores do último domingo, no Brasil, também sinalizaram mudanças importantes. Ainda que muitas legendas partidárias conservadoras e do chamado “centrão” tenham chegado às prefeituras e às câmaras de muitas cidades, sobretudo, no interior, houve também o aumento da representatividade nas legislaturas municipais.
Este ano as travestis literalmente brilharam em seus municípios. Se pensarmos que elas ocupavam lugares restritos na sociedade, em geral, invisibilizando quem são, 2020 tornou-se um ano histórico para as travestis e transexuais ao conquistarem espaços na política:
A lista é, ainda, muito maior e mostra que a luta por igualdade de direitos começa com a igualdade da representatividade na política. Esse caminho, que vem sendo trilhado há muitos anos, precisa ser lembrado porque muitas mulheres, homossexuais, travestis e indígenas perderam as suas vidas neste país.
A chegada de todas e todos eles nos espaços de decisão política revela que a luta por igualdade de direitos vale a pena, mas que há muito caminhada ainda pela frente para construirmos juntos um país onde todos nós sejam respeitados pelos que somos.
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