Comportamentos transgressores vistos desde a infância. A ciência no combate à criminalidade


Um dos maiores dilemas da sociedade é lidar com a criminalidade. Existem muitas questões polêmicas, mas a ciência talvez possa dar uma luz sobre o tema.

Um estudo publicado na revista Lancet Psychiatry mostrou que pessoas com comportamento antissocial persistente ao longo de suas vidas, têm uma estrutura cerebral diferente.

A equipe usou dados de 672 pessoas na Nova Zelândia, nascidas entre 1972 e 1973. Os pesquisadores registraram comportamentos antissociais dos participantes em intervalos regulares entre os 7 e 26 anos de idade. Todos tiveram seus cérebros digitalizados aos 45 anos.

Comportamento transgressor desde a infância

Segundo o estudo, adultos com longa história de infrações e mau comportamento mostram diferenças marcantes na estrutura do cérebro, em comparação com aqueles que tiveram um comportamento normal ou cometeram transgressões apenas na adolescência. Além disso, eles tendem a ter esse comportamento desde a infância.

A varredura cerebral de adultos com longo histórico de infrações, mostrou uma área superficial menor em muitas regiões do cérebro, em comparação com o grupo não infrator. Eles tinham ainda massa cinzenta mais fina em regiões ligadas à regulação das emoções, motivação e controle de comportamento.

Outros fatores

A pesquisa ainda não é conclusiva. Pode ser que fatores genéticos e ambientais ocorridos na infância tenham moldado o cérebro desse grupo com tendências maiores a transgredir, mas o estudo pode ajudar a mostrar o que há por trás do comportamento antissocial persistente e auxiliar em políticas públicas de combate à criminalidade, como oferecer suporte às crianças que apresentem tais traços comportamentais.

O professor Kevin McConway, da Universidade Aberta, observa que é preciso cautela na hora de avaliar o estudo.

“É verdade que esses resultados da pesquisa são consistentes com a hipótese de que o comportamento antissocial persistente ao longo da vida surge como resultado de um desenvolvimento cerebral anormal. Mas as observações consistentes com uma hipótese não significam que a hipótese deva ser verdadeira, apenas que ainda não pode ser descartada”, afirmou o emérito ao The Guardian.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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