Terrorismo x religião. A morte do padre Jacques Hamel foi lembrada pelo papa Francisco em visita à Cracóvia pela Jornada Mundial da Juventude. “Esta é uma guerra mas não de religião, os fieis querem a paz“.
Em tempos de terrorismo os ânimos se acirram: “vamos jogar uma bomba em Raqqa na Síria. “Portas fechadas aos muçulmanos, ninguém vai ninguém vem”; “Danem-se os imigrantes”. Esses são apenas alguns dos comentários mais comuns sobre como acabar com o terrorismo no mundo enquanto a religião católica pede: “perdoem, eles não sabem o que estão fazendo”.
A religião prega pela paz, pelo amor, pelo perdão e papa Francisco fez questão de deixar claro que estamos em guerra mas não é uma guerra religiosa: “tem guerra de interesse, por dinheiro, pelas reservas naturais, pelo domínio dos povos. Todas as religiões falam de paz, entendem?”, disse o pontífice ontem na Polônia.
Por que é importante a mensagem do líder da religião católica?
Eu não sou católica e por mim, sinceramente, todas as religiões poderiam desaparecer mas o respeito ao culto é um direito à liberdade e não podemos voltar atrás às conquistas duramente feitas sobre liberdade, democracia, igualdade, principalmente porque por trás disso tudo pode ser que somente um Deus exista e ele se chama dinheiro.
Precisamos pedir pelo perdão por mais difícil que isso seja porque na verdade tudo o que os grupos terroristas querem é dividir a população e disseminar o ódio e o horror.
Abaixo alguns trechos do discurso do papa Francisco em ocasião da Jornada Mundial da Juventude na Polônia retirado do jornal italiano “La Repubblica”. São mensagens pela paz no mundo.
“Teve a guerra de 1914 com seus métodos, depois a guerra de 39-45, outra grande guerra no mundo. E agora tem esta. Não é tanto orgânica, talvez. Organizada sim, não orgânica. Mas é guerra. Este santo sacerdote (referindo-se ao padre Jacques) morreu no exato momento em que rezava para a igreja. Mas quantos destes inocentes, quantas crianças morrerão? Pensemos na Nigéria (…) Não temos medo de dizer esta verdade: o mundo está em guerra porque perdeu a paz”.
“É preciso superar os medos e acolher aqueles que fogem das guerras e da fome”
“A juventude nos pede para termos esperança. Esperamos que agora sejam os jovens a nos dar esperança”.
“Para cooperar é preciso respeito à identidade alheia. Para dialogar é preciso respeito à própria identidade”.
“Quando cheguei à Europa não conhecia a palavra extracomunitário: é terrorismo linguístico”.
“A paz constrói as pontes, o ódio os muros. Cabe a nós escolhermos mas os muros dividem e aumentam o ódio.”
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