Crítica: Show da Madonna, Catarse Sexual e Felicidade


Se um extraterrestre nos observasse no show da Madonna, diria que somos pessoas em busca do prazer catártico, da satisfação imediata, do prazer sem limites. Só nos resta esperar que uma vez que o show acabe, a ressaca não destrua nossa lembrança dos bons momentos.

Madonna e Anitta show Rio de Janeiro

Madonna e Anitta show Rio de Janeiro

Então, apesar das críticas, que tenha valido a pena que Madonna e sua carreira, toda a sua contribuição cultural, nos tenham feito pensar sobre quem somos e o que queremos. A cultura não é necessariamente a escola do que fazer ou não fazer, mas é, sem dúvida, um retrato da nossa época. Mais do que isso, a arte e a cultura mostram o espírito do nosso tempo.

Antes, pouco tempo atrás, ser gay era pecado. Depois passamos a compreender que monogamia é coisa de pássaro. O homem tem que voar sem precisar fazer ninho. Eis que agora o trisal está liberado, aliás, fomentado, só não pratica quem não quer.

A cantora Madonna participou ativamente de toda essa revolução cultural e eu pergunto: dos anos 80 para cá (época em que a revolução sexual madonística começou) estamos mais felizes? O que nos falta além do que foi apresentado em um show milionário e libertário desse?

As críticas começaram antes do show, com o investimento divulgado de R$ 60 milhões de reais, dos quais, 17 só para a diva. Mas o caldo engrossou com as enchentes do Rio Grande do Sul. É possível a orgia de um lado e o luto do outro? Sim! Não só é possível quanto necessário!

Voltemos à Grécia antiga, antes do cristianismo ditar suas regrinhas de bons costumes. Será que aquele povo era mais feliz? É tudo uma questão de prazer? É tudo uma questão de sexo? É tudo uma questão de esquecer que existe dor de um outro lado (no caso, o Rio Grande do Sul, as pessoas em situação de rua debaixo do palco milionário), e aproveitar o aqui e o agora?

Digamos que foi de bom tamanho o que foi apresentado para a multidão. A pergunta que eu refaço é a seguinte: um povo sexualmente liberado é mais feliz? Falta ainda liberar mais? O quê?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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