Índice
Um novo estudo publicado na revista The Lancet revela um panorama preocupante: a taxa de fertilidade global está em declínio acentuado, e 97% dos países não terão taxas suficientes para sustentar o tamanho da população até 2100. Isso significa que, em apenas algumas décadas, o mundo enfrentará uma “mudança social surpreendente”, com implicações socioeconômicas de grande alcance.
Esta é a principal conclusão de um novo estudo sobre as taxas globais de fertilidade – o número médio de filhos que nascem de uma mulher ao longo da sua vida – realizado pelo Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington.
O estudo destaca a necessidade de um planejamento global para lidar com esse declínio. É crucial que os governos, organizações internacionais e a sociedade civil se unam para encontrar soluções que assegurem um futuro sustentável para a humanidade.
“Estamos enfrentando mudanças sociais surpreendentes ao longo do século XXI. O mundo enfrentará simultaneamente um ‘baby boom‘ em alguns países e um ‘baby bust‘ em outros”, disse o professor Stein Emil Vollset, autor sênior do IHME, em um comunicado enviado ao IFLScience.
“Enquanto a maior parte do mundo enfrenta sérios desafios ao crescimento econômico de uma força de trabalho em contração e à forma de cuidar e pagar o envelhecimento das populações, muitos dos países com recursos mais limitados na África Subsariana estarão a debater-se sobre como apoiar a população mais jovem e de crescimento mais rápido do planeta, em alguns dos lugares mais politicamente e economicamente instáveis, estressados pelo calor e com sistemas de saúde mais pressionados na Terra.”
As mudanças nas taxas de fertilidade são impulsionadas principalmente por duas forças, diz o estudo: o acesso aos contraceptivos modernos e a educação feminina. É preciso manter o empoderamento feminino e o direito da mulher de estar onde quiser e fazer o que bem quer, ao mesmo tempo que é imperativo manter às mulheres o direito e o apoio para que tenham o número de filhos que desejam, e ao mesmo tempo possam prosseguir em suas carreiras, se assim quiserem.
Nos últimos tempos, parece que houve um culto à mulher independente que não quer ter filho e um desprezo àquelas que ficaram em casa “às custas do marido”. É preciso reconhecer o valor social da mulher que se apraz sendo “apenas” mãe e dona de casa.
Este é um tema complexo e multifacetado, e o debate sobre as melhores soluções está apenas começando. É importante que todos se engajem nessa discussão e contribuam para a construção de um futuro melhor para as próximas gerações.
Os detalhes da pesquisa “Global fertility in 204 countries and territories, 1950–2021, with forecasts to 2100: a comprehensive demographic analysis for the Global Burden of Disease Study 2021” foram publicados na revista científica The Lancet.
Talvez te interesse ler também:
Menopausa precoce e infertilidade: por que cada vez mais jovens com dificuldade de engravidar?
Desreguladores endócrinos: a química do dia a dia que engorda e faz mal
Infertilidade masculina: a poluição compromete a qualidade dos espermatozoides
A história do espermatozoide forte e rápido que vence a corrida e fecunda é MITO
Passar muito tempo no computador pode aumentar o risco de disfunção erétil, diz estudo
Categorias: Sociedade
ASSINE NOSSA NEWSLETTER