Não é exagero dizer que Machado de Assis é o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Os especialistas concordam, quem já leu reconhece e mesmo quem nunca pode apreciar esse grande autor entende a dimensão de sua obra.
Os brasileiros já conhecem, e, agora, é cada vez maior o número de traduções para outras línguas, principalmente a inglesa.
Recentemente, no último dia 2, a editora Penguin lançou uma nova tradução de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, nos Estados Unidos. A iniciativa faz parte do Selo Penguin Classics e está dando muito certo.
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A obra de Machado esgotou em um dia, e nem chegou a ir para as prateleiras. Atualmente o título é a obra latino-americana mais vendida.
Traduzido por Flora Thomson De-Veaux, Memórias póstumas conta uma história inusitada, na qual o morto lembra em retrospecto de sua vida. O pessimismo, realismo, crítica social e humor, marcas da literatura machadiana, estão presente na obra. Um trecho do prefácio da nova edição saiu na revista New Yorker, o que ajudou a alavancar as vendas.
Machado de Assis, que nasceu em 1839, no Rio de Janeiro, era negro, filhos de mestiços e neto de escravos alforriados. Publicou mais de 200 contos, 600 crônicas, além de 9 romances e peças teatrais e cinco coletâneas de poemas.
Segundo a tradutora, o momento pode não parecer propício para lançamentos, mas, na verdade, é tão atemporal, que merecia essa homenagem.
“Eu sei perfeitamente que é um momento estranho para celebrar o lançamento de um livro (em função da pandemia e dos protestos antirracistas). Mas eu não teria dedicado anos da minha vida a traduzir este aqui se não estivesse convencida de que é um romance eterno. Há ecos – troque febre amarela por Covid – e continuidade – racismo sistêmico, tão pungente hoje quanto era na década de 1880”, disse em entrevista.
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Categorias: Arte e Cultura
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