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“Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada…” Ah… o amor! Esse sentimento que todos são capazes de sentir mas incapazes de explicar.
Como canta Milton Nascimento: “Qualquer maneira de amor vale a pena/ Qualquer maneira de amor vale amar”.
Tem gente que tem dificuldade de amar, tem gente que tem dificuldade de se deixar ser amado. Embora as pessoas queiram ser tocadas pelo amor, elas sentem uma dificuldade real em lidar com esse poderoso sentimento.
“Eu te amo calado, como que ouve uma sinfonia de silêncios e de luz”.
Uma das formas de amor mais conhecidas – talvez porque já experimentada por (quase) todos, é o tal do amor platônico. Mas, afinal, do que se trata e qual é a origem dessa expressão?
O adjetivo “platônico” se refere a Platão, filósofo que nasceu na Grécia, em 428 a.C.
Platão tinha um enorme interesse por política e poesia e devotava amor pela filosofia. O filósofo grego costumava referir-se ao “amor ao Belo” tendo como base os ideais éticos capazes de conciliar várias formas de amor.
Para Platão, o amor nos leva a conhecer a essência das coisas, em sua forma mais pura, para buscar a sua “verdade”. Nesse sentido, Platão foi um grande apaixonado, pois a sua atividade filosófica perseguia esses ideais.
Entretanto, com o passar dos anos, a expressão “amor platônico” foi ganhando outros sentidos e, hoje, significa um amor não realizado, um amor idealizado, um amor não correspondido, um amor que é interposto pela distância entre o amante e o ser amado.
Temos toda uma história literária dedicada ao tema do amor, e as mais emblemáticas para nós, herdeiros da tradição ocidental ibérica, são as cantigas de amor e as cantigas de amigo. A cantiga de Afonso Fernandes, por exemplo, demonstra essa distância entre o amante e amada:
“Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
E quem não se lembra do Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel García Márquez, que é a história de um amor platônico que se torna verdadeiro?
Há que se dizer também que temos, infelizmente, a ideia enraizada de que “amar é sofrer” como canta Djavan mas também tantos outros cantores e dizem tantos outros artistas. A ideia de que o amor verdadeiro é aquele amor difícil e sofrido faz com que o amor platônico ganhe esse status de supremo, puro, ideal, magnífico, como nos romances e nos filmes.
Vejamos 10 frases que representam bem isso.
Grandes nomes das artes e da literatura se expressaram sobre o amor platônico. E mesmo pessoas comuns também o fizeram afinal, existe sentimento mais humano e universal que um amor não correspondido?
“O amor perfeito é a mais bela das frustrações, pois está acima do que se pode exprimir”
Charles Chaplin
“Porque o Amor Platônico tem que ser assim? Não te conheço ainda, mais faço planos de você pra mim!”
Erlan Ribeiro
“Amor platônico é como um vulcão inativo”
Andre Pevot
“Admiro-te de longe porque de perto é proibido. (Amor platônico)”
Leiliane Gomes
“Noutros tempos houve amores platônicos, hoje há matrimônios platônicos”
George Bernard Shaw
“As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar”
Leonardo da Vinci
“Como se fosse real
e sendo
como se fosse possível
não sendo”
“Amo as escondidas
Te olhando por debaixo dos cílios”
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
Cecilia Meireles
E é claro, temos que finalizar este artigo sobre o amor platônico com ele: Platão!
“Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele”
“O Banquete“
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Categorias: Arte e Cultura
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