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Como nasceu o arco-íris? Todos nós sabemos que se trata de um fenômeno óptico e meteorológico que produz luz quando o sol atravessa gotas de água mas, para dar um pouco de magia a este extraordinário show da natureza, vamos contar a lenda do arco-íris transmitida pelos nativos americanos.
O arco-íris é um fenômeno que sempre nos surpreende, não importa quantas vezes tenhamos visto, continuaremos encantados todas as vezes que o virmos de novo. Há muitas lendas sobre o seu aparecimento mas hoje vamos falar sobre o que fora transmitido pelos nativos americanos.
Um dia, a Mãe Terra e o Pai Sol foram visitar um garoto solitário chamado Atsosi Bagani.
“Você deve ter uma esposa”, disse a Terra.
“Você vai procurar uma esposa em um caminho desconhecido pelos homens”, acrescentou o Sol.
“Você deve se casar com a mais velha das irmãs Dobedeklad, aquelas que o sol não ilumina, que vivem em um povoado. As aves as aprisionaram na escuridão, com inveja da beleza delas. Somente você pode libertá-las. Para te ajudar, eu vou construir uma passagem entre a tua cabana e o povoado delas e eu transformarei você e as garotas para que as aves não vos reconheçam e vos matem de bicadas”, continuou o Sol.
Assim, da terra, um arco gigantesco formado por faixas de cores brilhantes, subia muito alto no céu e descia à distância sobre a terra. Quando Atsosi Bagani partiu nesta ponte, transformou-se em uma borboleta, cujas cores se fundiam com as do arco-íris.
Os pássaros não o notaram e o homem-borboleta chegou ao telhado de uma casa grande e desceu por uma abertura escura. Na penumbra, viu as duas irmãs ocupadas tecendo um magnífico tapete cor de arco-íris, cujos motivos evocavam rios e montanhas.
“Olha irmãzinha”, disse a irmã maior, “uma borboleta pousou no topo da escada.”
Sua irmã mais nova, muito animada, correu para a escada e um raio de sol a tocou, a irmã tentou segurá-la, mas ambas foram atraídas pelo poder mágico da luz solar. No telhado, a borboleta se tornou no jovem homem.
“O Sol me mandou procurar você, vocês serão minha esposa e minha irmã”.
Os pássaros os viram e correram sobre eles com gritos estridentes, mas o Sol observou e transformou os jovens em delicadas borboletas, para que os pássaros não conseguissem encontrar os fugitivos. Atsosi Bagani retornou à sua cabana e o Sol e a Terra compareceram ao casamento.
O jovem continuou a caçar, enquanto as duas irmãs teciam tapetes maravilhosos. Na pequena cabana iluminada pelo sol, no entanto, as duas garotas estavam com saudades da antiga casa escura. Vendo-as tristes, o Sol lhes disse:
“Se vocês quiserem, vocês podem ver a casa escura novamente, mas agora os pássaros ficaram desconfiados e vocês têm que se defender”.
Portanto, antes de se transformá-las em borboletas, deu a cada uma delas, 3 grandes granizos. Quando as aves as atacaram, a irmã mais velha atirou nelas o primeiro granizo, que se transformou em uma grande nuvem negra que cobria os pássaros.
As meninas-borboletas voaram, mas logo as aves as alcançaram e elas tiveram então que lançar o segundo granizo que se transformou em chuva. Mas o granizo acabou e os pássaros retomaram a perseguição. O povoado estava à vista, mas as borboletas não eram rápidas o suficiente para chegar, então elas tiveram que jogar o último granizo, que encheu o céu de raios e trovões.
Os pássaros fugiram assustados e as meninas estavam seguras. As irmãs retornaram à Atsosi Bagani, mas toda vez que sentiam saudades, visitavam a antiga casa. Assim, após cada tempestade, forma-se um arco-íris entre o povoado e a cabana unindo o mundo das trevas ao reino do Sol.
O arco-íris assume diferentes significados relacionados às divindades, à criação, mas também à conexão entre os mundos. Não por acaso é uma combinação perfeita de cores. No tantra hindu e budista, o arco-íris é descrito como um corpo de luz que emana vida, esperança, transformação e harmonia com o universo.
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Categorias: Arte e Cultura, Viver
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